Eleitores votam na Flórida: estado é um dos locais chave onde os latinos poderão fazer a diferença para Obama (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2012 às 21h50.
Washington - Milhões de eleitores latinos votavam nos Estados Unidos nesta terça-feira, em sua grande maioria - segundo as pesquisas - no candidato democrata à reeleição, Barack Obama, à exceção da Flórida, um estado-chave onde o voto cubano se inclina para os republicanos.
Espera-se que 12,2 milhões de latinos -a primeira minoria do país com mais de 50 milhões de pessoas- votem nesta terça-feira e a Flórida é um desses quatro estados-chave onde os latinos poderão fazer a diferença para Obama ou para seu rival republicano Mitt Romney, assim como em Nevada, Colorado e Virgínia.
"O mais importante é que nossa voz, a do eleitor hispânico, seja ouvida e que o presidente Obama saiba que conta com o nosso voto e que deve nos apoiar", disse à AFP Celeste Guerra, uma estudante de origem hondurenha de 20 anos, que votava pela primeira vez em Miami.
No outro extremo do país, em Los Angeles, uma banda dos tradicionais músicos mexicanos 'mariachis' percorreu as ruas de um distrito latino para estimular as pessoas a votar.
Edna Hernández, uma jovem de 23 anos que acordou com a serenata disse à AFP que tinha votado em Obama "pelo apoio que deu aos 'dreamers' (sonhadores)", estudantes em condição ilegal que ganharam o direito de permanecer nos Estados Unidos.
Guerra e Hernández representam esses 73% dos eleitores latinos que se declararam favoráveis a Obama, enquanto apenas 24% se manifestaram em favor de Romney, segundo um informe do grupo de comunicação hispânico ImpreMedia e da empresa LatinoDecisions.
Nos Estados Unidos há cerca de 24 milhões de latinos registrados para votar, mas calcula-se que 12,2 milhões compareçam aos centros de votação, indicou a Associação Nacional de Funcionários Públicos Latinos Eleitos e Designados (NALEO, em inglês).
Pesquisas recentes apontam que se os eleitores latinos forem em massa às urnas, Obama pode vencer em pelo menos quatro estados-chave e superar o empate técnico previsto em nível nacional.
Em 2008, Obama obteve mais de 60% dos votos latinos, com cerca de 9,7 milhões.
Mas na Flórida, que possui 29 dos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para ficar com a vitória, e onde os eleitores latinos eram maioria nesta terça-feira nos centros de votação do condado de Miami, o eleitorado cubano, embora não pareça votar em bloco nos republicanos como antes, segue tendo um peso forte em favor desse partido.
Só no condado de Miami-Dade, sul do estado, os cubanos são quase 70% dos republicanos registrados.
Aqueles que chegaram na década de 60 votam em sua grande maioria em Romney: "Precisamos de uma mudança. Trabalho para a minha esposa e para a minha filha, Obama não sabe nada de economia", disse à AFP Rubén Salazar, aposentado de 72 anos que acordou às 03h30 para entrar na fila e votar às 07h00 locais.
Mas os que têm menos de 15 anos estão mais abertos às propostas democratas, como Estrella del Sol, uma cubana de 52 anos, que votava pela primeira vez em seu país de adoção.
"É a primeira vez que vou votar e, sendo cubana, é um privilégio aproveitar este direito que dá liberdade", disse Del Sol, afirmando que votará em Obama.
Em 2008, Obama ganhou surpreendentemente a eleição na Flórida com uma vantagem apertada.
O secretário de Estado da Flórida, Ken Detzner, apostou que neste estado com um padrão eleitoral de 11,9 milhões de eleitores, "provavelmente vamos bater um recorde em termos de participação".
Quando restavam quase três horas para o fechamento das urnas, ainda havia eleitores sem votar após cinco horas na fila.
Enquanto Obama goza de grande apoio entre os latinos de origem mexicana do oeste -Califórnia, Nevada-, e também entre os porto-riquenhos e dominicanos do leste -como Nova York-, na Flórida o voto cubano faz com que entre os latinos Obama tenha uma vantagem apertada de 51 a 47% sobre Romney, segundo uma pesquisa recente Florida International University/The Miami Herald/El Nuevo Herald.