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Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2015 às 12h01.
Genebra - O conflito no Iêmen, que se intensificou gravemente há três meses com a intervenção militar da Arábia Saudita, fez com que milhares de crianças ficassem expostas a doenças que podem ser prevenidas, mas que agora ameaçam suas vidas, disse nesta terça-feira a Unicef.
Segundo o organismo humanitário da ONU, a interrupção das campanhas de vacinação colocou 2,6 milhões de menores de 15 anos em perigo de contrair sarampo, uma doença que se propaga rapidamente e pode ser fatal em situações de conflito e entre grupos de deslocados.
Outra doença que ameaça 1,3 milhão de crianças é a pneumonia, que não pode ser tratada em vários hospitais ou centros de saúde porque fecharam ou funcionam de forma parcial devido aos bombardeios.
Além disso, a diarreia pode afetar 2,5 milhões de crianças pelas dificuldades para contar com água potável, pela péssima situação do saneamento básico e pela escassez de produtos para a reidratação oral.
"As crianças não são vacinadas seja porque os centros de saúde não têm eletricidade ou o combustível que necessitam para manter as vacinas refrigeradas, ou porque os pais têm demais temor de levá-los para a vacinação", explicou o porta-voz da Unicef em Genebra, Christophe Boulierac.
Um rebelião do movimento houthi, de filiação xiita, acabou o ano passado com a frágil estabilidade que tinha sido conquistada no Iêmen depois da chamada "Primavera Árabe", que levou à saída do ex-presidente Ali Abdula Saleh.
Os houthis pegaram em armas e obrigaram o presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi a se exilar na Arábia Saudita.
Desde então, disse Boulierac, quase triplicou o número de crianças menores de cinco anos com um quadro de desnutrição aguda-severa, que agora se eleva a meio milhão de crianças, frente a 160 mil antes da crise.
Em situação de desnutrição, as crianças ficam extremamente vulneráveis a doenças infantis comuns e que, nesse caso particular, podem levá-las à morte.
A ONU leva adiante -até agora sem sucesso- um processo de mediação no Iêmen com o objetivo imediato de conseguir um trégua humanitária que permita a entrada de ajuda essencial para a população.