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Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2011 às 16h40.
São Paulo - Milhares de pessoas se reuniram neste sábado no Japão exigindo uma mudança em sua política de energia nuclear após o terremoto e tsunami que provocaram a pior catástrofe atômica mundial desde Chernobyl, há 20 anos.
Sob uma garoa, os manifestantes se reuniram em um parque de Shibuya, distrito de Tóquio. Muitos seguravam cartazes com os dizeres: "nuclear é passado" e "queremos mudanças na política energética".
O protesto ocorreu um dia após o primeiro-ministro Naoto Kan pedir a paralisação das operações de uma usina nuclear situada no sudoeste de Tóquio por ela estar próxima a uma falha geológica, temendo um desastre como o que ocorreu na unidade de Fukushima, em março.
"Estou feliz por ver o primeiro-ministro finalmente tomando uma atitude", disse Manami Inoue, uma jovem de 28 anos, que escreveu um "não" com as cores preta e amarela em seu pescoço.
"Mas eu quero saber quando a usina realmente terá suas operações encerradas", completou.
Um outro manifestante, Shinji Matsushita, de 59 anos, disse: "Estou muito frustrado porque os políticos ainda não se posicionaram claramente se são contra ou a favor das ações nucleares".
Mais de 10 mil pessoas estiveram presentes no protesto, estimou a rede de TV NHK, depois que os organizadores divulgaram o evento nas redes sociais.
Naoto Kan pediu na sexta-feira a suspensão das operações na usina de Hamaoka, a 200 quilômetros da capital Tóquio, enquanto medidas são adotadas no país contra os danos causados pelo terremoto e tsunami.
A imprensa local informou que a suspensão pode durar cerca de dois anos.
Pobre em recursos naturais, o Japão depende essencialmente do petróleo do Oriente Médio e atende cerca de um terço de suas necessidades com energia nuclear.
O Governo disse que irá rever a política nuclear após o vazamento de radiação da usina de Fukushima, forçando a evacuação de 85 mil pessoas que moravam na região. Os políticos disseram, no entanto, que não irão deixar de lado a energia nuclear.
Grande parte da imprensa japonesa elogiou o posicionamento de Naoto Kan, embora ele legalmente não tenha poder para ordenar o encerramento das atividades de um reator nuclear, ficando a cargo dos operadores da usina de Hamaoka aceitar ou não o seu pedido.
A Chubu Electric Power, empresa responsável pela usina, realizou uma reunião neste sábado mas não decidiu sobre que atitude tomar após as declarações do primeiro-ministro.