Mais de 115 mil pessoas participaram a da vigília no Parque Victoria, em Hong Kong (Reuters)
EFE
Publicado em 4 de junho de 2018 às 15h58.
Hong Kong - Dezenas de milhares de pessoas voltaram nesta segunda-feira às ruas de Hong Kong para lembrar os 29 anos da sangrenta repressão da Praça de Tiananmen, em Pequim, com uma vigília que todos os anos se transforma em protesto contra a política de partido único do regime chinês.
Este ato é a único em grande escala realizado em território chinês para lembrar o massacre que aconteceu em 1989, quando as forças militares desalojaram violentamente milhares de ativistas a favor da democracia da praça causando a morte de centenas deles.
De acordo com os organizadores, mais de 115 mil pessoas foram ao hoje ao Parque Victoria, em Hong Kong, onde todos os anos acontece este encontro, no qual o espírito da lembrança e os protestos contra a China seguem presentes, apesar de cada vez terem menos apoio.
A vigília deste ano teve como lema "Terminar com a ditadura", um slogan que gerou polêmica depois que o delegado de Hong Kong no principal órgão legislativo chinês advertiu que qualquer político de Hong Kong que pedisse o fim da "ditadura" do partido único poderia ser desqualificado no futuro para ter um cargo público.
Os objetivos expostos pela organização este ano, a Aliança em Apoio dos Movimentos Patrióticos Democráticos da China, são os de ajudar a promover o desenvolvimento democrático na China continental e acabar com o governo de partido único.
Entre cartazes e velas brancas, a multidão aproveitou o encontro para entoar canções que lembram os que morreram no dia 4 de junho de 1989, enquanto o presidente da aliança, Albert Ho, se dirigiu ao público e afirmou que "O regime impiedoso não durará para sempre", em referência ao Partido Comunista da China. No entanto, há vários anos, o crescimento de ideologias bairristas entre os mais jovens e um paralelo aumento do sentimento antichinês fizeram com que esta data tenha perdido a força.