Taxistas protestam contra Uber: "Uber é ilegal" e "Uber é crime nacional" foram as frases mais repetidas entre os taxistas (Sergio Perez / Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2016 às 08h28.
Lisboa - Milhares de motoristas de táxis se concentraram nesta sexta-feira nas principais cidades de Portugal para protestar contra o serviço de transporte particular Uber, em uma manifestação que complicou o trânsito e que foi qualificada de histórica pelos organizadores.
As associações do setor previam a participação de, aproximadamente, 6 mil taxistas em Lisboa, Porto e Faro, e desde o início da manhã eles dirigiram lentamente por algumas das principais ruas afirmando que o aplicativo é ilegal no país.
A maior concentração foi na capital, onde o trânsito ficou praticamente bloqueado. Motoristas circularam com adesivos, cartazes, fitas pretas e placas em seus carros para denunciar que a plataforma Uber promove concorrência desleal.
"Uber é ilegal" e "Uber é crime nacional" foram as frases mais repetidas entre os taxistas, que lembram que para exercer a profissão, é exigida a compra de uma licença, enquanto os motoristas do Uber não necessitam dela.
A plataforma opera em Portugal desde julho de 2014, mas a situação ficou mais delicada no final daquele ano, quando a empresa lançou seu serviço mais econômico, o Uber X.
Uma sentença judicial divulgada no ano passado obrigou à empresa a suspender o as operações no país.
No entanto, ela recorreu a um Tribunal de segunda instância e continuou operando ao alegar que a decisão se dirigia a uma entidade jurídica equivocada (a Uber Technologies Inc., com sede nos Estados Unidos, e não a Uber Holanda, responsável pelo funcionamento em Portugal).
O governo português, através de seu ministro do Meio Ambiente, João Matos Fernandes, garantiu em março deste ano que a plataforma é "ilegal" e prometeu mais controles para impedir seu trabalho.
Uma pesquisa publicada hoje pela revista "Expresso" revela que 72,3% dos portugueses aprovam o Uber e 9,8% são contrários ao serviço.
Devido ao tamanho do protesto, a polícia aconselhou a população a utilizar o transporte público hoje.