Muçulmanos árabe-israelenses balançam bandeiras verdes islâmicas em um protesto em frente à embaixada dos EUA em Tel Aviv: os protestos se espalharam pelo Oriente Médio (Jack Guez/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2012 às 13h01.
Gaza - Milhares de palestinos se manifestaram nesta sexta-feira em várias zonas da Faixa de Gaza em protesto contra o filme que satiriza o profeta Maomé, o mesmo que gerou uma onda de violência no mundo muçulmano e que, supostamente, teria sido produzido nos Estados Unidos.
Ao contrário dos ataques às representações diplomáticas americanas, que resultaram na morte do embaixador americano na Líbia, Chris Stevens, e mais três funcionários, os protestos ocorrem de forma pacífica e foram iniciados logo após a oração comunitária da sexta-feira em vários povoados da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde junho de 2007.
A principal manifestação aconteceu na cidade de Gaza, onde milhares de simpatizantes do Hamas e da Jihad Islâmica percorreram as ruas centrais carregando bandeiras e gritando palavras de ordem contra o filme e, principalmente, contra os Estados Unidos.
Pouco antes dos manifestantes tomarem às ruas, o primeiro-ministro Ismail Haniyeh disse que o filme "é um ataque ao Islã e aos muçulmanos no mundo todo".
"Exibir esse filme é parte da política de injustiça e repressão em direção às nações islâmicas e de sua religião", assinalou Haniyeh, que exigiu que os Estados Unidos se desculpem imediatamente" pelo fato.
O dirigente do Hamas defendeu os protestos como uma forma de "exercer mais pressão para evitar novas tentativas de ataque ao Islã e à doutrina muçulmana no mundo todo", mas ressaltou que os mesmos devem ser pacíficos.
Por sua parte, na Cisjordânia, o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, condenou a realização e exibição do filme, que foi qualificado por ele como "anti-islâmico e anti-humanidade".
"A religião Islã não pertence a ninguém, mas chegou como uma bênção para todos os seres humanos", disse Erekat ao destacar que as tentativas de ofender o Islã "não podem ser consideradas como liberdade de expressão, mas como racismo".
O movimento islâmico de Israel também convocou para hoje uma manifestação de protesto ao término das rezas desta sexta-feira nas mesquitas de Rahat, situada no sul de Israel.