Protesto: na capital, cerca de 200 encapuzados arremessaram pedras contra a polícia que respondeu com gás lacrimogêneo (Stephane Mahe / Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2016 às 15h53.
Pela décima primeira vez em quatro meses, dezenas de milhares de opositores a uma reforma trabalhista foram às ruas nesta terça-feira na França, em uma atmosfera tensa em Paris, com confrontos e prisões.
Segundo a polícia, os manifestantes somavam 64.000, e 200.000 de acordo com os organizadores, uma mobilização comparável ao último dia de ação, em 23 de junho.
Na capital, cerca de 200 encapuzados arremessaram pedras contra a polícia que respondeu com gás lacrimogêneo. Quarenta pessoas foram presas, incluindo 27 antes do início da manifestação.
Apesar desses incidentes, o protesto em Paris foi mais tranquilo do que em 14 de junho. Não houve "quebra-quebra" ou "violência", comemorou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
Esta agitação social, de uma escala sem precedentes sob um governo socialista, deve continuar.
Philippe Martinez, secretário-geral do sindicato CGT, evocou um "novo dia de ação" com possíveis protestos em 5 de julho.
Os sindicatos também ameaçaram continuar suas ações em Setembro, se o governo não se mover até lá.
Nesta terça-feira, o projeto de lei foi aprovado em uma versão muito modificada no Senado, controlado pela oposição de direita. Ele deve agora ir para a Assembleia Nacional, que havia aprovado o texto sem votação em primeira leitura, na sequência de uma manobra do governo.
Em Paris, cerca de 2.500 policiais e gendarmes foram mobilizados para garantir a segurança do protesto.
Durante o dia, várias manifestações foram registrada em várias cidades sem incidentes, em Marselha (sudeste), Lyon (centro-leste), Rennes (oeste) e Le Havre (noroeste) em particular.
Em Paris, a Torre Eiffel foi fechada, com uma parte de seus funcionários em greve. Visitada por cerca de sete milhões de pessoas, 80% de estrangeiros em 2015, já tinha sido fechada em 14 de junho, pelas mesmas razões.