Responsáveis de segurança na capital iraquiana solicitou que as pessoas se limitem a protestar nas áreas demarcadas pelas autoridades (Stringer/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2011 às 07h09.
Bagdá - Milhares de iraquianos saíram às ruas em diferentes cidades do país nesta sexta-feira para participar das manifestações convocadas para protestar pela piora dos serviços básicos, o desemprego e a corrupção.
Em Bagdá, milhares de pessoas se dirigem a pé à praça Tahrir, no centro, para participar da chamada "Sexta-feira da dignidade e dos desafios" para pedir reformas políticas e econômicas.
Muitos levam bandeiras iraquianas e cartazes com mensagens como "não à corrupção", "não ao desemprego, sim às oportunidades de trabalho", "queremos reformas no regime" e "o petróleo do povo não é para o povo", segundo pôde constatar a Agência Efe.
Embora os manifestantes se dirijam à praça Tahrir, os responsáveis de segurança na capital iraquiana solicitou que as pessoas se limitem a protestar nas áreas demarcadas pelas autoridades: a praça de Firdús, para os residentes na região de Rusafa, no leste; e a praça de Al Zaura para os moradores de Karj, no oeste.
A praça Tahrir se encontra entre as duas.
Os manifestantes também têm instruções de ficarem longe das instituições governamentais, evitarem os enfrentamentos com as forças de segurança e denunciar suspeitos.
Os efetivos de segurança fecharam as pontes de al-Jumhuriya e Al Sank com blocos de cimento para impedir o acesso de pessoas à fortificada Zona Verde, também no centro de Bagdá e sede do Governo, Parlamento e de várias embaixadas.
Além da capital, há manifestações convocadas em Basra, no sul do Iraque, e nas províncias setentrionais de Salah ad-Din, Ninawa e no norte de Kirkuk, entre outras.
As autoridades iraquianas impuseram na quinta-feira um toque de recolher para veículos e pessoas em várias cidades e zonas do país por ocasião da convocação dos protestos políticas de hoje.
O Comando de Operações de Bagdá anunciou a proibição da circulação de veículos, inclusive bicicletas, a partir da meia-noite passada "e até novo aviso".
Na última sexta-feira, 12 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas durante manifestações que pediam maior atenção social e medidas para acabar com a corrupção.