Haiti: a inflação do país está superior a 15% nos últimos dois anos (Jeanty Junior Augustin/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 09h55.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2019 às 09h56.
Milhares de pessoas protestaram nesta quinta-feira na capital do Haiti e nas principais cidades do país contra a inflação galopante, e para exigir a renúncia do presidente, Jovenel Moïse.
Ao menos duas pessoas morreram e 14 policiais ficaram feridos nos protestos.
Confrontos foram registrados em Porto Príncipe entre manifestantes mais radicais e policiais, que usaram gás lacrimogêneo e atiraram para o alto para tentar dispersar a multidão.
Um grupo ateou fogo em vários veículos.
A polícia confirmou o balanço de dois manifestantes mortos e indicou que 14 agentes foram feridos, principalmente por lançamentos de pedras.
A economia haitiana, afetada por uma inflação superior a 15% durante dois anos, enfrenta uma acelerada desvalorização da moeda nacional, o gourde, em relação ao dólar, o que aumenta os preços dos produtos de primeira necessidade, majoritariamente importados.
Organizadas no aniversário do fim da ditadura de Duvalier, que aconteceu em 7 de fevereiro de 1986, as manifestações exigem o fortalecimento das instituições do Estado, contaminadas pela corrupção.
Na semana passada, o Tribunal Superior de Contas divulgou um relatório de auditoria sobre a calamitosa gestão e os possíveis desvios de recursos emprestados desde 2008 pela Venezuela ao Haiti para financiar o desenvolvimento econômico e social.
Quinze ex-ministros e altos funcionários foram citados no documento, assim como uma empresa que era dirigida na época pelo atual presidente, identificada como beneficiária de recursos para um projeto de construção de uma estrada sem a assinatura de qualquer contrato.