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Milhares de australianos homenageiam vítimas de sequestro

Uma a uma, milhares de pessoas foram depositando nesta terça-feira ramos de flores na rua de pedestres da zona Martin Place

Cidadãos prestam homenagem a vítimas de sequestro em Sydney  (REUTERS/David Gray)

Cidadãos prestam homenagem a vítimas de sequestro em Sydney (REUTERS/David Gray)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 05h36.

Sydney - Uma a uma, milhares de pessoas foram depositando nesta terça-feira ramos de flores na rua de pedestres da zona Martin Place, no centro financeiro de Sydney, na Austrália, em homenagem às duas vítimas inocentes que morreram durante o sequestro em uma cafeteria da região.

Katrina Dawson, uma advogada australiana de 38 anos e mãe de três crianças, e seu compatriota Tori Johnson, de 34 anos e gerente do estabelecimento atacado, morreram depois que foram mantidos reféns, junto com outras 15 pessoas, durante várias horas dentro da cafeteria por um homem armado.

O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, e sua esposa, Margie, foram até o memorial improvisado para depositar um grande ramo de flores e assinar o livro de condolências.

"Nossos pensamentos e orações estão com as famílias dos dois falecidos, dos feridos e dos demais reféns. Em sinal de respeito, as bandeiras em todos os edifícios serão hasteadas a meio mastro", escreveu Abbott no Twitter.

Os cidadãos, visivelmente emocionados e com semblantes sérios, deixaram suas oferendas e mensagens de apoio à família dos mortos.

"Hoje, todo o mundo tem um pouco de medo. Algo mudou na cidade", disse uma moradora de Sydney ao canal "ABC", após depositar suas flores.

Allen Jing, de 25 anos de idade e cliente habitual da cafeteria, depositou - emocionado - um ramo de rosas.

"É difícil explicar como algo como isto te faz sentir, acho que somente estou contente de estar vivo", disse Jing à "ABC".

A emissora "Channel 9", por sua vez, afirmou que aparentemente Johnson tentou desarmar o sequestrador, identificado como Man Haron Monis, quando este começou a disparar, o que teria motivado a intervenção policial.

"Temos orgulho de nosso pequeno Tori. Ele nos deixou, mas permanecerá sempre em nossa memória como o incrível companheiro de vida, filho e irmão que sempre foi", lembrou a família da vítima em comunicado enviado aos meios de imprensa.

As autoridades informaram que outras seis pessoas, cinco mulheres que eram mantidas como reféns e um agente, ficaram feridos durante a operação, mas se encontram em situação estável.

A polícia mantém parcialmente isolada parte da zona de Martin Place, que em um dia normal está cheio de pessoas e veículos.

"Levará pelo menos algumas horas até que as ruas sejam reabertas", afirmou aos meios de imprensa Catherine Burn, porta-voz da polícia do estado de Nova Gales do Sul.

Por sua parte, o arcebispo australiano Anthony Fisher rezou uma missa na catedral de Santa Maria em homenagem às vítimas e em apoio a seus familiares.

"Os mortos perderam a vida como heróis", destacou o religioso.

O sequestrador era um radical iraniano que chegou à Austrália em 1996, quando lhe foi concedido asilo político. Mudou seu nome, Manteghi Bourjerdi, pelo de Man Haron Monis e adotou o título de xeque Haron

Nos últimos anos, Monis protagonizou vários protestos contra a intervenção militar da Austrália no Afeganistão, além de ter contas pendentes com a Justiça por violência e assédio sexual, entre outras acusações.

Após 17 horas de sequestro, a polícia invadiu o local, supostamente após ouvir disparos, e abateu o sequestrador. No entanto, até o momento, as autoridades não ofereceram detalhes do ocorrido no interior da "Lindt Chocolate Café". 

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