Milei falou recentemente que o FMI tem "más intenções" com o país (Anadolu/Getty Images)
Repórter colaborador
Publicado em 22 de julho de 2024 às 07h53.
O presidente da Argentina, Javier Milei, usou novamente suas redes sociais para fazer uma promessa - dessa vez de cunho artístico. Comemorando o Dia do Amigo, Milei respondeu alguns comentários de pessoas que interagiram com ele no post sobre a data - a arte mostra Milei ao lado de seu cachorro observando, da Casa Rosada, uma multidão na Plaza de Mayo.
Em uma das respostas, o presidente argentino falou que irá levantar algumas restrições econômicas quando julgar que as condições melhorarem e prometeu "oferecer um show e cantar três músicas" assim que a inflação chegar a zero. Isso pode demorar para acontecer.
A inflação na Argentina registrou uma alta de 4,6% em junho, conforme apontado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O aumento rompeu o ciclo dos últimos cinco meses de desaceleração. A inflação acumulada de 12 meses chegou a 271,5%.
O aumento de preços em junho foi 0,4 ponto percentual (p.p.) maior em relação ao mês de maio, quando a inflação foi de 4,2%. No primeiro semestre de 2024, a taxa acumulada já atinge 79,8%. Os setores que puxaram a alta foram Habitação, Água, Eletricidade, Gás e outros combustíveis.
Desde que assumiu a presidência em dezembro de 2023, Javier Milei implementou um rigoroso ajuste econômico na Argentina. Para combater a recessão, Milei paralisou obras federais e interrompeu repasses de dinheiro para os estados. Além disso, ele também retirou subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e outros serviços essenciais — o que provocou um aumento expressivo nos preços ao consumidor.
No ano passado, a inflação havia atingido 6% em junho e 8,3% em novembro, mês da eleição. A taxa de inflação chegou a 25,5% ao mês em dezembro, quando Milei tomou posse. Em seguida, passou a cair, com 20,6% em janeiro, 13,2% em fevereiro, 11% em março e 8,8% em abril.