O presidente da Argentina, Javier Milei, e a ex-presidente Cristina Kirchner, durante a cerimônia de posse dele, em dezembro (Tomas Cuesta/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 14h27.
Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 14h29.
O presidente da Argentina, Javier Milei, fez ataques à ex-presidente Cristina Kirchner, que acusou o mandatário de querer matá-la.
A polêmica começou depois que Cristina, que governou a Argenitna de 2007 a 2015, se inscreveu para disputar a presidência do Partido Justicialista, legenda herdeira do peronismo e que defende ideias de esquerda.
Milei foi perguntado sobre o gesto de Cristina em um entrevista ao canal TN, no domingo, 20. "Eu adoraria pregar o último prego no caixão do kirchnerismo, com Cristina dentro", respondeu.
"Então agora você também quer me matar?", respondeu Cristina nesta segunda-feira em sua conta no X, ao interpretar essa declaração como uma ameaça e deixar claro que a responsabilidade por sua segurança e a de toda a oposição recai sobre Milei.
"Seria bom que, em vez de insultar a torto e a direito e me ameaçar de morte, você encontrasse uma forma de fazer com que os argentinos possam voltar a comer quatro vezes por dia e em sua própria casa, que seus filhos cresçam saudáveis para poder estudar e progredir, e que os idosos tenham seus remédios para poder viver", disse ela.
A também ex-vice-presidente no governo de Alberto Fernández (2019-2023) lembrou que "já houve uma época na Argentina em que se pensava que a morte do adversário era a solução".
"Pare de ameaçar e aprenda a gerir o Estado, porque sabe de uma coisa, Javier Gerardo Milei? Mesmo que me matem e de mim não restem nem as cinzas, seu governo é um fracasso e você, como presidente, causa vergonha alheia", prosseguiu.
Cristina foi vítima de uma tentativa de assassinato em 1º de setembro de 2022. Um homem, Fernando Sabag Montiel, disparou contra ela na porta de sua residência em Buenos Aires, no meio de uma manifestação a seu favor, mas a arma falhou.
O ataque ocorreu dias depois de um promotor apresentar uma acusação contra a ex-presidente de corrupção durante seus dois mandatos presidenciais.
Cristina oficializou neste fim de semana sua candidatura e apresentou a lista de quem serão seus colaboradores para disputar a liderança do PJ e se submeter a uma consulta interna em 17 de novembro, frente ao governador de La Rioja, Ricardo Quintela, que pertence à ala mais conservadora do peronismo.
Essa consulta será decisiva para as eleições legislativas de meio mandato previstas para 2025 e também para organizar o principal partido de oposição ao governo de Milei.
Com agência EFE