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Milei diz que ideia de dolarizar da Argentina 'é como uma pizza'

Presidente deu entrevista de quatro horas de duração a canal do YouTube

Javier Milei, durante cerimônia em 2 de abril (Luis Robayo/AFP)

Javier Milei, durante cerimônia em 2 de abril (Luis Robayo/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 15 de abril de 2025 às 14h55.

Última atualização em 15 de abril de 2025 às 15h33.

O presidente da Argentina, Javier Milei, deu uma entrevista de mais de quatro horas a um canal do YouTube, na qual falou sobre seus planos. Ao ser perguntado sobre seu plano para dolarizar a economia do país, uma das promessas de campanha, ele comparou o processo a uma pizza.

"Tem várias maneiras de dolarizar. A dolarização é como uma pizza. Tem a de presunto e queijo, de mussarela, a que tem abacaxi, a que tem peperoni. Há um monte de modelos de pizza, que pode ser feita de várias maneiras", afirmou, durante entrevista ao canal Neura Media.

Milei prometeu, na campanha, que levará a Argentina a abandonar o peso e liberar o uso de qualquer moeda nas transações financeiras, o que abriria caminho para dolarizar a economia.

No cargo desde dezembro de 2023, ele não estabeleceu uma data para esta mudança, mas deu um passo importante na segunda-feira, 14. Na data, a Argentina adotou um câmbio de flutuação controlada, na faixa entre 1.000 e 1.400 pesos, que foi bem recebida pelo mercado.

 

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Fim do 'cepo'

Desde segunda-feira, 14, cidadãos e as empresas da Argentina foram liberados da maioria dos requisitos e regulamentos complexos que dificultavam a compra de moeda estrangeira, substituídos por um regime de taxa de câmbio flutuante entre 1.100 e 1.400 pesos por dólar, em que o governo intervirá apenas se os valores estiverem abaixo ou acima desses valores.

O presidente argentino anunciou na última sexta-feira a abertura do “cepo”, apelido das restrições cambiais, após selar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) com empréstimos de US$ 20 bilhões e obter financiamento adicional do Banco Mundial (BM) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O pacote de ajuda, com uma injeção imediata de US$ 15,5 bilhões, é uma tábua de salvação para o Banco Central argentino, que até agora, só neste ano, perdeu US$ 4,886 bilhões em dólares na tentativa de manter a taxa de câmbio oficial - que muitos investidores e economistas consideram defasada - diante da crescente demanda pela moeda americana.

Com a chegada de recursos do FMI e de outras organizações para fortalecer as reservas do Banco Central, o chamado “dólar blend”, uma taxa de câmbio especial para a liquidação de exportações, também foi eliminado.

As empresas poderão remeter lucros para suas matrizes no exterior a partir dos exercícios financeiros de 2025, e as condições de pagamento das operações de comércio exterior serão flexibilizadas.

Com EFE.

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