O proprietário do Milan, Silvio Berlusconi: Berlusconi aplaudiu o gesto de Boateng, "por sua reação frente a esse episódio desgraçado de racismo contra o Pro Patria" (©afp.com / Pascal Guyot)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 16h35.
Milão - O proprietário do Milan, Silvio Berlusconi, anunciou nesta sexta-feira que sua equipe abandonará o campo de jogo em qualquer partida, inclusive em jogos internacionais, quando algum jogador se sentir ofendido por atos e gritos racistas dos torcedores.
Berlusconi, ex-chefe do governo italiano, fez essas declarações no dia seguinte à saída de campo de sua equipe durante um amistoso após os torcedores do Pro Patria gritaram xingamentos racistas contra o jogador ganês Kevin-Prince Boateng.
"Posso assegurar que em cada partida, inclusive as internacionais (competições europeias), se experimentarmos episódios desta natureza (racistas), abandonaremos, como norma, o campo de jogo", disse o mandatário do clube de Milão.
Berlusconi aplaudiu o gesto de Boateng, "por sua reação frente a esse episódio desgraçado de racismo contra o Pro Patria". O jogador abandonou o campo de jogo aos 26 minutos de jogo, por causa de gritos racistas de um grupo de pessoas nas arquibancadas, e o resto da equipe o seguiu no caminho ao vestiário em sinal de solidariedade.
O ex-meia do Milão, Gennaro Gattuso, que joga atualmente no Sion da Suíça, declarou nesta sexta-feira que não considera que o episódio foi motivado por um sentimento racista.
"Eu vivi durante anos a cinco quilômetros de Busto Arsizio (local da partida) e é uma região cheia de estrangeiros. Não há racistas em Busto. O que aconteceu ontem foi a ação de um grupo de idiotas", afirmou Gattuso.
"Boateng se sentiu ofendido, mas não acredito que foi racismo. Se parece mais com o último episódio de idiotice coletiva de uma minoria", completou.
Outro ex-jogador do Milan, o holandês Clarence Seedorf, atualmente no Botafogo, lamentou que o gesto de Boateng possa provocar mais atos de racismo.
"Não acredito que seja muito positivo porque pode incentivar este tipo de comportamento", declarou.