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Mike Pompeo promete adotar linha dura com Rússia

Em audiência ao Senado, futuro secretário de Estado dos EUA culpou o "mau comportamento da Rússia" por tensões entre Moscou e Washington

Pompeo: "Precisamos garantir que Vladimir Putin não seja bem-sucedido no que ele acredita ser seu objetivo final". disse sobre expansão da Rússia à Ucrânia (Leah Millis/Reuters)

Pompeo: "Precisamos garantir que Vladimir Putin não seja bem-sucedido no que ele acredita ser seu objetivo final". disse sobre expansão da Rússia à Ucrânia (Leah Millis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de abril de 2018 às 21h56.

Última atualização em 12 de abril de 2018 às 22h13.

O indicado a secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, prometeu nesta quinta-feira que está disposto a romper com o presidente Donald Trump caso necessário, dizendo que irá adotar uma linha-dura com a Rússia e que deseja "consertar" o acordo nuclear iraniano.

Pompeo, que é atualmente diretor da CIA, culpou o "mau comportamento da Rússia" por tensões entre Moscou e Washington e disse que irá apoiar mais sanções norte-americanas contra a Rússia.

"(O presidente da Rússia) Vladimir Putin ainda não recebeu a mensagem suficientemente", disse Pompeo ao Comitê de Relações Exteriores do Senado durante uma relativamente tranquila audiência de confirmação, que teve cinco horas de duração.

Ele disse que o avanço da Rússia à Ucrânia e outros países precisa ser contido. "Nós precisamos empurrar de volta em cada lugar e em cada vetor", disse Pompeo. "Nós precisamos garantir que Vladimir Putin não seja bem-sucedido no que ele acredita ser seu objetivo final".

Críticos, incluindo alguns dentro do próprio Partido Republicano de Trump, acusaram o presidente de adotar uma postura muito branda em relação ao presidente russo. Trump negou isto - e tem sido fortemente crítico nos últimos dias ao apoio de Moscou ao presidente sírio, Bashar al-Assad - mas também falou sobre desejar relações melhores com Putin.

Trump indicou Pompeo para se tornar o diplomata mais sênior do país em 13 de março, após demitir Rex Tillerson. Tillerson, um ex-chefe-executivo da Exxon Mobil, teve um relacionamento turbulento com Trump em pouco mais de um ano no cargo.

Elogio democrata

Embora Pompeo tenha enfrentado perguntas mordazes de democratas - incluindo sobre sua contínua oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e suas associações com organizações antimuçulmanos - ele também foi elogiado. O senador democrata Ben Cardin elogiou as respostas concisas de Pompeo. O senador Chris Coons disse estar "confiante" que Pompeo será um forte defensor para diplomatas.

Pompeo provavelmente irá precisar de apoio democrata para ser aprovado pelo comitê porque um membro republicano, o senador Rand Paul, anunciou sua oposição. Regras do Senado permitem uma votação no plenário do Senado mesmo que o painel não aprove a indicação, mas isto nunca aconteceu com um secretário de Estado.

Como deputado republicano, Pompeo foi um forte adversário ao acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais feito sob o presidente democrata Barack Obama, que suspendeu sanções contra o Irã em troca de contenções no programa nuclear de Teerã.

Trump fez um ultimato que Reino Unido, França e Alemanha devem aceitar "consertar as terríveis falhas do acordo nuclear do Irã" ou irá se recusar a estender o alívio de sanções no prazo final de 12 de maio.

Pompeo disse ser a favor de um "conserto" e acreditar que o Irã não está "correndo" para desenvolver uma arma nuclear antes de o acordo ser finalizado, e que não espera que irá fazer isto caso o acordo desmorone.

O secretário de Defesa, Jim Mattis, disse em audiência congressional separada nesta quinta-feira que também acredita que o acordo deve ser consertado e que o governo está trabalhando com aliados para ajustar suas falhas.

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