Coreia do Norte: o chefe da diplomacia foi recebido pelo chanceler norte-coreano Ri Yong Ho e por Kim Yong Chol, braço direito do líder norte-coreano (Andrew Harnik/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de julho de 2018 às 06h55.
Última atualização em 6 de julho de 2018 às 06h59.
O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, chegou a Pyonagyang nesta sexta-feira em busca de precisões sobre a eliminação das armas nucleares na Coreia do Norte, prevista na histórica cúpula entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
O chefe da diplomacia foi recebido pelo chanceler norte-coreano Ri Yong Ho e por Kim Yong Chol, braço direito do líder norte-coreano.
O presidente Donald Trump se reuniu com Kim Jong Un em um encontro histórico em 12 de junho e, desde então, demonstra otimismo sobre as possibilidades de alcançar a paz na península dividida desde a guerra da Coreia (1950-53).
Mas o comunicado assinado pelos dois líderes deixou a desejar no momento de incluir compromissos detalhados e Pompeo tem a missão de negociar um plano para alcançar a "completa desnuclearização" da península coreana.
"Nossos líderes se comprometeram na reunião de cúpula de Singapura com uma desnuclearização completa da Coreia do Norte", declarou Pompeo em uma escala na base americana de Yokota, Japão.
"O objetivo de minha viagem é obter detalhes sobre este compromisso e continuar a colocar em prática o que os dois líderes definiram", completou.
"Espero a mesma coisa da parte da República Popular Democrática da Coreia (RPDC)", disse Pompeo, usando o nome oficial da Coreia do Norte.
Em uma mensagem no Twitter, o secretário de Estado afirmou esperar que "no futuro que prossigamos nosso trabalho até o fim", ou seja, chegar a uma "desnuclearização completa e verificável da RPDC, tal como concordou o presidente Kim".
Washington espera que a desnuclearização "completa" comece em menso de uma ano, mas vários analistas, assim como críticos de Trump, advertem que a promessa de Kim na reunião não significa muito e que o processo pode demorar anos, isto se começar realmente.
Enquanto isso, Pompeo e Trump afirmam que pretendem manter as sanções econômicas internacionais, que eles consideram ter sido o fator primordial para levar a Coreia do Norte à mesa de negociações.
O histórico encontro de junho entre Trump e Kim foi negociado em duas viagens de Pompeo a Pyongyang, a primeira delas secreta, quando ele ainda era diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) e a segunda quando já era secretário de Estado.
Após as reuniões na sexta-feira e sábado em Pyongyang, Pompeo deve viajar a Tóquio para informar sobre o que foi discutido a japoneses e sul-coreanos.
O secretário americano também visitará Vietnã e Abu Dhabi, antes de finalmente se reunir com Trump em Bruxelas para a reunião da Otan na próxima semana.