Mandetta (Andressa Anholete/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 16 de abril de 2020 às 17h22.
Última atualização em 16 de abril de 2020 às 18h05.
A imprensa internacional não demorou a repercutir a demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. O jornal inglês The Guardian, um dos principais do Reino Unido, estampou o título “Bolsonaro demite popular ministro de saúde devido a disputa sobre a resposta ao coronavírus”.
O texto destaca que Bolsonaro e Mandetta expressavam visões radicalmente diferentes sobre a pandemia. Enquanto o ministro da saúde pregava a isolação social, o presidente insistia que o impacto econômica da covid-19 era mais importante do que a perda de vidas, diz o jornal.
O Washington Post também deu rapidamente a notícia. O jornal americano enfatiza a diferença de postura em relação ao coronavírus e cita o número de 29.000 casos confirmados no Brasil. “É o maior da América Latina”, diz a reportagem.
Já o argentino Clarín considerou a medida "esperada", mas levanta preocupações sobre os ricos políticos e de saúde com a pandemia do novo coronavírus.
“A medida era esperada, mas envolve enormes riscos políticos e de saúde”, diz a publicação, “já que se espera que o país entre no momento mais agudo da pandemia de coronavírus em breve”.
O cientista político Ian Bremmer, presidente do grupo Eurasia, uma das maiores consultorias do mundo de riscos políticos globais, destacou em seu Twitter que Bolsonaro demitiu Mandetta no meio de uma pandemia.
Ele não mediu as palavras. “Extremamente capaz... e bem mais popular do que Bolsonaro. O ego do presidente não conseguiu lidar com isso”, escreveu.
Brazilian Health Minister—every bit the Dr Fauci of Brazil—just fired by President Bolsonaro in the middle of the pandemic.
Extremely capable...and far more popular than Bolsonaro. The President’s ego couldn’t handle it.
Incredibly irresponsible decision. https://t.co/qKb14dilv3
— ian bremmer (@ianbremmer) April 16, 2020