El Paso: massacre no Texas deixou 20 mortos (Jose Luis Gonzalez/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de agosto de 2019 às 07h34.
O governo do México anunciou neste domingo que estuda denunciar por terrorismo contra mexicanos em território americano o autor do tiroteio em El Paso, bem como um eventual pedido de extradição, após a morte de seis cidadãos mexicanos no atentado, que deixou 20 mortos.
"Será uma avaliação que ficará a cargo da Procuradoria Geral da República solicitar - se houver os elementos necessários - a extradição do autor ou dos autores deste fato", disse o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard.
"Será uma decisão a ser tomada no devido momento, mas que ninguém se surpreenda, porque, para o México, este indivíduo é um terrorista", completou, antes de destacar que poderia se tratar da "primeira demanda desta natureza" na história do México.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, declarou que seu governo está pedindo "com firmeza" uma punição aos responsáveis e criticou o uso indiscriminado de armas nos Estados Unidos.
Que as autoridades também assumam a responsabilidade no caso de excessos permitidos, como o uso indiscriminado de armas", disse o presidente em um evento público no estado central de Michoacán.
Ebrard informou no Twitter que viajará nesta segunda-feira a El Paso para reunir-se com as vítimas, incluindo sete mexicanos feridos, e "dar o pleno apoio do governo do México".
Ele acrescentou que a chancelaria também irá empreender ações legais contra os responsáveis por vender a arma ao autor do massacre, e indagará se as autoridades "conheciam as potencialidades desse indivíduo".
O governo mexicano entregará amanhã uma nota diplomática a Washington para pedir ao governo americano que "defina uma posição clara e contundente contra os crimes de ódio".
"Não se resolve nada com a violência e não se resolve nada como o que se conhece como xenofobia, o ódio ao estrangeiro, o ódio ao migrante", disse López Obrador em Michoacán
O ministério das Relações Exteriores também convocará um encontro entre todos os países hispânicos que têm comunidades nos Estados Unidos para promover a "defesa correta, de acordo com a lei, do direito e da cultura de língua hispânica" neste país.
O governo informou ainda que organizará reuniões com consulados mexicanos em diferentes regiões dos Estados Unidos para orientá-los sobre como proceder a partir desta segunda-feira para proteger seus cidadãos em território americano.
Ebrard disse que o governo adotará ações legais "contundentes" para exigir que os Estados Unidos protejam seus cidadãos.