Enrique Peña Nieto: no caso do mexicano, a espionagem eletrônica aconteceu enquanto era candidato à presidência, e continuou mesmo depois de sua vitória nas eleições de 2012 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2013 às 19h33.
Cidade do México - O governo do México informou nesta segunda-feira que pediu aos Estados Unidos uma "investigação exaustiva" sobre as denúncias de espionagem a cidadãos mexicanos e que determine os responsáveis.
O pedido do México, divulgado pela chancelaria, foi feito depois da divulgação pela imprensa brasileira de denúncias de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) à presidente Dilma Rousseff, e ao líder mexicano Enrique Peña Nieto em 2012, quando ele ainda era candidato e também depois de eleito.
A Secretaria de Relações Exteriores mexicana (SRE) não se referiu explicitamente à acusação de espionagem a Peña Nieto, mas contatou o embaixador dos Estados Unidos no México, Anthony Wayne, "para expressar seu enérgico estranhamento e exigir a realização da investigação".
"Sem prejulgar a veracidade da informação apresentada na imprensa internacional, o governo do México rejeita e condena categoricamente qualquer trabalho de espionagem sobre cidadãos mexicanos em violação ao direito internacional".
Este tipo de prática "é contrária à Carta das Nações Unidas e à jurisprudência da Corte Internacional de Justiça".
A "Rede Globo" exibiu ontem uma reportagem que acusa a NSA de espionar diretamente Dilma e Peña Nieto.
No caso do mexicano, a espionagem eletrônica aconteceu enquanto era candidato à presidência, e continuou mesmo depois de sua vitória nas eleições de 2012, o que permitiu a NSA saber o nome de alguns ministros antes mesmo da nomeação oficial.
Os documentos em que se baseiam a denúncia foram entregues pelo ex-técnico da CIA, Edward Snowden, ao jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico "The Guardian", que mora no Rio de Janeiro.