Soldados mexicanos removem detritos na sede da Pemex: presidente do México, Enrique Penã Nieto, pretende reformar petrolífera que tem enfrentado diversos desastres recentes (Henry Romero/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 08h26.
Cidade do México - O governo mexicano disse na segunda-feira que um vazamento de gás causou a explosão que matou pelo menos 37 pessoas na sede da estatal petrolífera Pemex, na Cidade do México, gerando novos questionamentos sobre o histórico de segurança da empresa.
O procurador-geral Jesús Murillo disse que não foram achados traços de explosivos no local da explosão. "Fomos capazes de determinar que a explosão foi causada pelo acúmulo de gás no porão do edifício", disse Murillo em entrevista coletiva, acrescentando que o gás era provavelmente metano.
O recém-empossado presidente Enrique Peña Nieto pretende, como parte de uma série de medidas voltadas para o estímulo do crescimento, fazer reformas na Pemex , que tem enfrentado diversos desastres recentes.
Murillo disse que o gás pode ter vazado de tanques num depósito ligado por um túnel ao local da explosão. Também é possível que o gás tenha saído de um velho duto que atravessa o prédio.
Outra possibilidade é de que o metano tenha emanado do solo sob o prédio, segundo o procurador. A Cidade do México foi construída sobre um lago aterrado, e o cheiro de esgoto muitas vezes paira sobre o centro.
Murillo disse que operários que trabalhavam em obras de reforço na sustentação do prédio precisaram de eletricidade e usaram uma extensão, o que pode ter causado a fagulha que detonou a explosão do gás.
Depois da explosão de quinta-feira à tarde no centro da Cidade do México, houve suspeitas de sabotagem, assustando os investidores -- inclusive pelos temores de que a guerra contra o narcotráfico no país, que matou cerca de 70 mil pessoas nos últimos seis anos, pudesse ter entrado em uma nova fase.
A Pemex é motivo de orgulho nacional desde 1938, quando o presidente nacionalista Lázaro Cárdenas expropriou empresas britânicas e norte-americanas e nacionalizou o setor petrolífero. Mas a estatal também se mostra resistente a mudanças, ficando conhecida por sua ineficiência e corrupção. Desde 2004, a produção mexicana de petróleo caiu de 3,4 para 2,6 bilhões de barris diários.