Enrique Peña Nieto: Trump reiterou que na chamada Nieto parecia "muito disposto" a receber ajuda dos EUA (Edgard Garrido/Reuters)
EFE
Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 14h47.
México - O governo mexicano daria um "não contundente" à proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de enviar suas tropas ao México para ajudar no combate ao crime organizado, afirmou nesta terça-feira o porta-voz da presidência, Eduardo Sánchez.
Em entrevista à "Televisa", e questionado sobre se o Executivo mexicano aceitaria uma "oferta de tropas" do republicano, Sánchez ressaltou que a "resposta é um não contundente".
Na semana passada, a tensa relação que ambas nações mantêm desde a chegada à Casa Branca de Donald Trump, se recrudesceu por causa do vazamento de uma conversa telefônica na qual Trump teria oferecido ajuda ao presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, para combater o crime organizado.
Em entrevista no domingo à "Fox News", Trump reiterou que na chamada Nieto parecia "muito disposto" a receber ajuda dos Estados Unidos para lutar contra os cartéis.
No entanto, hoje o porta-voz disse desconhecer se na conversa por telefone se falou de tropas, e qualificou esta controvérsia como "um debate que não há".
"A Constituição mexicana não admite sob nenhuma circunstância a operação de tropas estrangeiras no México. Não introduziríamos um debate que não há. A Constituição proíbe", ressaltou.
Além disso, afirmou que os líderes falaram das armas e do dinheiro que entra ilegalmente no México desde os Estados Unidos e reforçam o crime organizado.
Sánchez ressaltou que o presidente conta hoje dia com o apoio da cidadania e da classe política para defender sua posição frente aos Estados Unidos perante uma "complicada" negociação em torno do Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA).
Por fim, afirmou que o México não tem gravada a conversa que mantiveram os líderes, por isso que não existe também não uma transcrição da mesma que possa ser publicada.