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México adverte para perda de 400 mil empregos nos EUA devido às tarifas de Trump

Governo mexicano prevê impacto negativo nas empresas dos EUA, com ênfase na indústria automobilística, caso tarifas sejam impostas

Governo mexicano alerta para perdas de empregos nos EUA devido a tarifas de Trump (AFP)

Governo mexicano alerta para perdas de empregos nos EUA devido a tarifas de Trump (AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 27 de novembro de 2024 às 17h52.

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O governo do México fez um alerta nesta quarta-feira, 27, sobre os impactos econômicos das possíveis tarifas impostas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos mexicanos. Segundo eles, essas tarifas poderiam resultar na perda de 400 mil empregos nos Estados Unidos e em um aumento na inflação.

"No final, esses impostos irão afetar o consumidor nos EUA, mas também as empresas, e cerca de 400.000 empregos seriam perdidos nos Estados Unidos. De onde tiramos essa cifra? Esses empregos seriam perdidos e consultei isso com diversas empresas", afirmou o secretário de Economia mexicano, Marcelo Ebrard, durante coletiva de imprensa.

O secretário de Economia também destacou os efeitos dessas possíveis tarifas nas empresas dos Estados Unidos. Trump, que anunciou suas propostas de tarifas na segunda-feira, afirmou que uma de suas primeiras ordens executivas seria estabelecer tarifas de 25% sobre “todos os produtos” do México e do Canadá até “parar a invasão” de imigrantes e drogas.

Ebrard explicou que as empresas mais afetadas seriam as montadoras americanas, como General Motors, Stellantis e Ford. Além disso, ele detalhou que as importações totais dos Estados Unidos representam 12,7% do seu PIB, o que amplifica o impacto das tarifas.

“É um imposto que atinge prioritariamente este complexo industrial tecnológico, cujos principais expoentes são estes três grupos dos próprios Estados Unidos, ou seja, é um tiro no pé”, disse Ebrard.

Nesse contexto, o secretário defendeu a importância do Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), em vigor desde 2020 e assinado durante o governo de Trump, que tem sido fundamental para a economia regional. O intercâmbio comercial entre os três países totalizou US$ 1,776 trilhão de janeiro a setembro de 2024, o equivalente a 30% do PIB mundial, segundo dados apresentados por Ebrard.

Por essa razão, o México propôs à equipe de transição de Trump um fortalecimento da "estabilidade regional", com foco na "prosperidade compartilhada", geração de empregos bem remunerados e investimento em infraestrutura. Além disso, o México pretende aumentar a competitividade global da América do Norte através da otimização das cadeias de abastecimento.

“Portanto, há duas alternativas em cima da mesa: podemos fragmentar e dividir com acusações e tarifas – podemos fazer isso se quisermos, porque eles colocam uma tarifa sobre nós e nós colocamos outra, e o Canadá coloca outra, será uma divisão sem fim – ou construímos juntos uma região forte e competitiva", concluiu o secretário.

Além disso, Ebrard afirmou que tem recebido apoio de empresas de vários setores, como o aeronáutico, agrícola e financeiro, e adiantou que buscará acelerar o aval final ao acordo de livre comércio renovado com a União Europeia (UE) e o fechamento de um novo acordo com o Brasil.

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