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Mexicanos relatam que foram bombardeados por horas no Egito

Turistas mexicanos feridos no deserto do Egito durante uma operação militar que os confundiu com jihadistas relataram que foram bombardeados durante três horas

Turista mexicana ferida no deserto do Egito durante uma operação militar que os confundiu com jihadistas é levada ao aeroporto, no Cairo (Mohamed el-Shahed/AFP)

Turista mexicana ferida no deserto do Egito durante uma operação militar que os confundiu com jihadistas é levada ao aeroporto, no Cairo (Mohamed el-Shahed/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 23h56.

Turistas mexicanos feridos no deserto do Egito durante uma operação militar que os confundiu com jihadistas relataram nesta quinta-feira que foram bombardeados durante três horas pelas forças de segurança, no ataque que matou oito mexicanos e quatro egípcios.

"Se via a fúria com a qual iam e vinham (...). Fomos bombardeados umas cinco vezes, sempre do ar. Tudo durou cerca de três horas", disse ao jornal El Universal Susana Calderón, uma das sobreviventes e mulher de Luis Barajas, morto no ataque.

O ataque ocorreu quando o comboio de turistas parou para almoçar em seu trajeto para o oásis de Bahariya, 350 km a sudoeste do Cairo, no momento em que as forças de segurança perseguiam um grupo de jihadistas, segundo o Cairo.

"Não havia como se abrigar, para onde correr (...). Não sei se eram foguetes, bombas ou outra coisa, mas ouvi rajadas", contou Calderón.

Os primeiros a morrer foram um motorista, um policial e um dos mexicanos que organizou a viagem, lembrou Calderón, cujo marido foi levado com vida ao hospital.

"Vi meu marido quando estava na maca e ele disse que me amava. Respondi que o amava também e depois não soube mais dele".

Calderón rejeitou a versão do governo egípcio de que o grupo estava em uma zona proibida, e lembrou que durante o percurso o grupo foi interpelado em duas ocasiões pelas forças de segurança, que verificaram sua documentação.

O governo egípcio acusa os organizadores da excursão pela tragédia, alegando que o grupo deveria estar em um ônibus e não em caminhonetes, e que circulava por uma "zona proibida" quando as forças de segurança perseguiam jihadistas.

O governo do México manifestou sua indignação com o ataque e exigiu uma investigação profunda e rápida sobre o incidente.

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