Mundo

Metrô é reaberto após atentados em Bruxelas

A estação de Maelbeek, localizada no bairro europeu, é a última das 69 a reabrir


	Bruxelas: a estação de Maelbeek, localizada no bairro europeu, é a última das 69 a reabrir
 (Francois Lenoir / Reuters)

Bruxelas: a estação de Maelbeek, localizada no bairro europeu, é a última das 69 a reabrir (Francois Lenoir / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2016 às 11h09.

A emoção era palpável nesta segunda-feira na reabertura da estação de metrô de Maalbeek, no coração do bairro europeu de Bruxelas, onde um suicida se explodiu nos ataques de 22 de março.

"Traz calafrios, um sentimento de tristeza, então eu passei rapidamente para me afastar deste lugar. Infelizmente tenho que passar por aqui todas as manhãs e todas as noites", testemunha Vanessa Salembier, uma funcionária da Comissão Europeia, cujo escritório fica perto.

"Eu vim para refletir, depositei uma flor e escrevi palavras de apoio às famílias, às pessoas que morreram, às pessoas que sobreviveram e dizer que, de qualquer maneira, Bruxelas sempre será melhor", disse à AFP outra transeunte, Solène Leroy, que estuda obstetrícia na capital belga.

A estação de Maelbeek, localizada no bairro europeu, é a última das 69 a reabrir e funcionará das 5h30 às 0h30, como todas as linhas, que retornam a seu horário habitual nesta segunda-feira. Até então, funcionavam das 06h00 às 22h00.

"Foram tomadas medidas adequadas para estabelecer um nível adequado de segurança em toda a rede metroviária", explicou o chefe do governo regional de Bruxelas, Rudi Vervoort.

Militares e policiais garantem a segurança das estações, cujos acessos permanecerão "por agora" limitados a duas entradas e saídas, salientou Stib, a empresa que administra a rede.

"Isso ainda é um pouco estranho, mas a vida continua", declarou Patrick, de 52 anos, um dos primeiros a pegar o metrô em Maelbeek no início da manhã.

"Eu acredito que este é um bom sinal, porque realmente mostra que os terroristas fizeram o que fizeram, mas estamos prontos. A cidade tem respondido bem, mostrado que toda a gente está aqui para a paz", observou Tomaso Comazzi, um estagiário na Assembleia das regiões da Europa.

É o amor que vence

Em 22 de março, às 09h11 (04h11 de Brasília), um pouco mais de uma hora após o duplo ataque suicida no aeroporto de Bruxelas-Zaventem, Khalid El-Bakraoui desencadeou por sua vez uma explosão em uma composição do metrô, matando dezesseis pessoas.

Ao todo, os ataques de 22 de março fizeram 32 mortos e mais de 300 feridos.

Depois de meses de reformas, a estação voltou a mostrar sua aparência de costume, com seus afrescos - rostos minimalistas pretos em azulejos brancos - e paineis.

A única diferença visível é a presença de soldados fortemente armados e um grande quadro branco onde o público é convidado a expressar os seus sentimentos.

"Vamos cuidar da vida em torno de nós", dizia uma mensagem assinada por "Patricia", enquanto que cerca de 200 vítimas e parentes de vítimas foram convidados a visitar a estação no sábado.

"Eu li tudo, olhei para tudo e o que me impressionou mais foi uma mensagem que dizia 'É o amor que vence', porque é nisso que eu também acredito", declarou Tomaso Comazzi.

Este fechamento, "foi por uma boa razão", disse Liliana, uma engenheira em medicina nuclear na plataforma do metrô. "Eu compreendo a necessidade de analisar, corrigir todos os danos, entendo tudo isso", diz ela.

"Agora me sinto tranquila, porque sei que tomaram todas as medidas necessárias e vejo que é seguro", afirmou por sua vez um outro passageiro, Pietro.

"Eu penso em tudo o que aconteceu, (...) eu rezo por todas as vítimas e espero que isso não volte a acontecer", acrescentou o tradutor aposentado que trabalhou durante muito tempo para a Comissão Europeia.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasBélgicaEstado IslâmicoEuropaPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA