O principal alvo do projeto são 250 terrenos localizados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que já não têm mais atividade econômica (André Valentim/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 08h53.
São Paulo - O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está desenvolvendo uma pesquisa de caráter interdisciplinar para viabilizar a recuperação de áreas degradadas pela atividade de mineração de agregados para a construção civil – pedra, areia e calcário –, utilizando de forma integrada os conceitos de bioengenharia de solos e serviços ambientais.
A marca inovadora do projeto é a aplicação de técnicas de bioengenharia de solos na recuperação de áreas degradadas pela atividade de mineração e na geração de serviços ambientais.
“Essas técnicas são normalmente empregadas na recuperação de rodovias e margens de rios, mas seu uso para recuperar áreas degradadas por mineração é inédito”, afirma Amarilis Gallardo, pesquisadora do IPT e coordenadora dos trabalhos.
O principal alvo do projeto são 250 terrenos localizados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que já não têm mais atividade econômica. Mas a metodologia a ser criada beneficiará também, no futuro, outras áreas que atualmente estão produzindo agregados.
Recuperação sustentável
Na prática, a aplicação de técnicas de bioengenharia de solos significa que as áreas não serão recuperadas apenas com o plantio de espécies convencionalmente usadas, como gramíneas e eucaliptos. “Em vez de espécies exóticas, daremos preferência a espécies nativas, priorizando o uso de espécies mais comuns”, afirma a pesquisadora Caroline Souza, da Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais do IPT.
O projeto pretende proporcionar uma abordagem mais sustentável para a atividade de mineração. O método a ser desenvolvido poderá ser aplicado em contextos minerários similares, em diferentes regiões do País, e com estudos e adaptações posteriores, também para outras atividades mineradoras.
O estudo conta com orçamento compartilhado entre as instituições participantes, como do próprio IPT, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da Companhia Vale, que prevê um investimento total de até R$ 40 milhões para o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas nas áreas de mineração, energia, ecoeficiência, biodiversidade e produtos ferrosos para siderurgia.