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Metas de redução de emissões não serão alcançadas, diz ONU

Mundo precisará de restrições mais severas para evitar que o aquecimento global ultrapasse o teto da meta


	Gases causadores do efeito estufa: países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, teriam de reduzir as emissões pela metade até 2030 em relação aos níveis de 2010
 (REUTERS/Vasily Fedosenko)

Gases causadores do efeito estufa: países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, teriam de reduzir as emissões pela metade até 2030 em relação aos níveis de 2010 (REUTERS/Vasily Fedosenko)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 13h02.

Oslo - O mundo vai precisar de restrições muitos mais severas aos gases do efeito estufa, tanto por parte de países desenvolvidos como das economias emergentes, para evitar que o aquecimento global ultrapasse o teto da meta, de acordo com o rascunho de um relatório da ONU.

Países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, teriam de reduzir as emissões pela metade até 2030 em relação aos níveis de 2010 para limitar o aquecimento em até 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o relatório preliminar obtido pela Reuters.

A Ásia, que inclui a China e a Índia, teriam de limitar as emissões para os níveis de 2010 até 2030, como parte de uma divisão global, um objetivo difícil para países que afirmam ser necessária a queima de mais combustíveis fósseis para ajudar a acabar com a pobreza.

"A estabilização das concentrações de gases de efeito estufa exigirá transformações em larga escala nas sociedades", afirma o capítulo 6 do relatório produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) que deve ser divulgado em Berlim, em meados de abril.

A maioria dos governos não está planejando restrições tão rigorosas, temendo que sejam economicamente incapacitantes. As temperaturas estão em vias de exceder o limite máximo, definido por cerca de 200 nações em 2010, de até 2 graus Celsius acima da época pré-industrial.

Mesmo assim, as restrições marcam uma mudança no debate sobre mudanças climáticas, que tem se concentrado mais em países emissores ricos.


"As implicações para todos os grandes emissores são rigorosas", disse Alden Meyer, Union of Concerned Scientists. "Todos eles têm agora algo com o que se preocupar". Como outros entrevistados, ele ainda não teve acesso ao relatório.

Os países em desenvolvimento têm frequentemente citado o relatório anterior do IPCC, de 2007, segundo o qual nações industrializadas deveriam reduzir emissões para entre 25 e 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2020. O documento não contém metas tão claras para países emergentes.

As reduções em países ricos estão muito aquém do 25 a 40 por cento. A União Europeia, com os planos mais ambiciosos entre os países desenvolvidos, está considerando cortes de 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2030.

O relatório de Berlim para uma solução da questão das mudanças climáticas vem após um relatório do IPCC sobre os impactos do aquecimento divulgado no Japão na segunda-feira que afirma que o mundo está, em muitos casos, mal preparado para mudanças graves e talvez irreversíveis.

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