Prisão de Marselha: o estudo também permitiu traçar um perfil dos detidos, em 95% dos casos, são homens com idade média de 33 anos (Anne-Christine Poujoulat/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2013 às 09h33.
Estrasburgo - Quase a metade dos países europeus enfrenta uma situação de superpopulação carcerária, e alguns deles ultrapassam os 150 prisioneiros para cada 100 vagas, de acordo com um relatório publicado nesta sexta-feira pelo Conselho da Europa.
Dos 47 países-membros da organização, vinte têm mais prisioneiros do que vagas disponíveis. A Sérvia lidera a lista com 157,6 detidos para cada 100 vagas, e é seguida por Grécia (151,7) e Itália (147), segundo o relatório que reúne dados do fim de 2011.
Outros países que enfrentam claramente uma situação de superpopulação carcerária são Hungria (138,2), Bélgica (127,2) e França (113,4).
A Espanha aparece entre os países que possuem menos prisioneiros que o número de vagas disponíveis, com um índice de 91,8, já que no fim de 2011 tinha 66.760 vagas em seu sistema penitenciário e contava com 61.279 prisioneiros.
O estudo, no entanto, afirmou que a região da Catalunha enfrenta uma situação de superpopulação carcerária, com um índice de 120,6 (10.716 prisioneiros em 8.887 vagas).
Os autores do relatório, no entanto, recomendaram prudência ao estabelecer comparações, já que cada país estabelece a sua maneira a capacidade penitenciária.
"Quase metade das administrações penitenciárias enfrentam uma superpopulação", destacou o relatório redigido sob a direção de Marcelo Aebi e Natalia Delgrande, pesquisadores da Universidade de Lausanne, na Suíça.
No total, os países-membros do Conselho da Europa contavam com 1,86 milhão de detidos em 2011, para uma média de 154 presos por cada 100.000 habitantes.
Neste sentido, a Islândia se destaca com apenas 50 detidos para cada 100.000 habitantes, enquanto em vários países da Europa Oriental este nível supera os 200 presos.
Rússia (546,1 presos por 100.000 habitantes), Georgia (541,2), Azerbaijão (417) e Ucrânia (347,7) aparecem com os índices mais elevados, contra 69,5 na Holanda, 86,8 na Alemanha e 111,3 na França.
O estudo também permitiu traçar um perfil dos detidos: em 95% dos casos, são homens com idade média de 33 anos.