Doações: apenas um terço do dinheiro foi para as nações mais pobres (AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2014 às 10h20.
Londres - A maior parte dos países ricos doadores de ajuda fracassou em cumprir suas promessas para o desenvolvimento em 2013, e apenas um terço do dinheiro foi para as nações mais pobres, disse um relatório nesta segunda-feira.
O auxílio por membros do Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da OCDE cresceu 5,3 por cento na comparação anual, para o recorde de 131,2 bilhões de dólares no ano passado, após dois anos consecutivos de queda, disse a entidade The One Campaign em seu relatório anual.
Apenas um terço foi para os países menos desenvolvidos, a maioria na África Subsaariana, apesar do apoio de alto nível para que 50 por cento de todo o auxílio fosse levado para os mais pobres, disse a One Campaign, cofundada pelo roqueiro irlandês Bono para acabar com a pobreza extrema.
Em um momento no qual líderes mundiais se preparam para estabelecer novas metas de desenvolvimento para o ano que vem, a ONE pediu que tanto países ricos quanto os pobres lidassem com as insuficiências de ajuda, a fim de garantir que as pessoas mais pobres estejam no cerne de uma nova guinada global contra a pobreza a partir de 2015.
“Se os doadores não se apresentarem e dedicarem pelo menos metade de sua ajuda para aqueles países que mais precisam, as pessoas mais pobres do mundo correm o risco de serem deixas para trás”, disse Sara Harcourt, diretora de políticas da One Campaign e autora do relatório, falando à Thomson Reuters Foundation.
A Grã-Bretanha tornou-se o primeiro país entre o grupo dos países mais industrializados (G7) a cumprir as metas no ano passado, ajudada por um aumento de 3,96 bilhões de dólares em seu orçamento de ajuda internacional. Japão, Alemanha e Noruega também aumentaram os esforços, mas outros, como os ex-campeões França, Canadá e Austrália, mostraram marcantes quedas em orçamentos de ajuda em meio a cortes no gasto público geral, junto à Holanda.
Os Estados Unidos, os maiores doadores bilaterais de ajuda do mundo, se saíram bem mal em comparação com outros Estados do G7 em termos de gastos com ajuda em relação à riqueza nacional.