Trump: o presidente fez a afirmação enquanto assinava uma lei de financiamento do governo que prevê um aporte de 1,6 bilhão de dólares para segurança de fronteiras (Ralph Freso/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2018 às 06h58.
Última atualização em 26 de março de 2018 às 07h20.
“A construção do muro começa literalmente na segunda-feira”, disse Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, na última sexta-feira. O presidente fez a afirmação enquanto assinava uma lei de financiamento do governo que prevê um aporte de 1,6 bilhão de dólares para segurança de fronteiras, de um total de 1,3 trilhão de dólares em gastos do governo.
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Segundo o presidente, o muro a ser construído “não é só um novo muro, mas também o conserto das atuais cercas e paredes existentes”. O problema é que a afirmação de Trump é apenas uma meia verdade. Dos 1,6 bilhão destinados para a segurança da fronteira, não há qualquer definição de gastos destinados à construção de um novo muro.
Há fundos no valor de 38 milhões de dólares marcados para o planejamento e o desenho de novos muros, mas nenhum para a construção de algo novo, como os protótipos que Trump viu recentemente em uma viagem à cidade de São Diego.
Trump foi, inclusive, relutante em assinar a lei por conta disso, já que o financiamento para o muro era aquém do desejado pela Casa Branca.
No projeto também não há qualquer proposição quanto a imigrantes que vieram para os Estados Unidos ainda crianças, os chamados Dreamers, que estão sem segurança jurídica desde que Trump encerrou o acordo, em setembro passado, que os mantinha estáveis no país. “Eu espero nunca mais assinar uma lei como esta”, disse Trump na ocasião.
A questão aponta para o desarranjo entre a Casa Branca e o Congresso, dominado pelo partido Republicano, em encontrar uma pauta comum ou dialogar em torno de promessas de campanha.
Durante o final de semana, o time legal de Trump voltou atrás após anunciar um novo advogado, que se juntaria à equipe jurídica responsável em lidar com a investigação especial do conselheiro Robert Mueller, que averigua as ligações da campanha de Trump com o governo russo. É o início de mais uma semana de indefinições para o governo norte-americano.