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Merkel visita Grécia, apoia governo após retorno ao mercado

Visita simbólica marca reabilitação econômica de uma nação que, ao longo dos últimos quatro anos, ameaça a estabilidade da Europa


	Chanceler alemã, Angela Merkel: "Eu acredito que a Grécia tem mais oportunidades do que dificuldades pela frente"
 (Fabrizio Bensch/Reuters)

Chanceler alemã, Angela Merkel: "Eu acredito que a Grécia tem mais oportunidades do que dificuldades pela frente" (Fabrizio Bensch/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 12h45.

Atenas - A chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a Atenas na sexta-feira, em uma visita simbólica para marcar a reabilitação econômica de uma nação que, ao longo dos últimos quatro anos, ameaça a estabilidade da Europa e a sua moeda única.

A visita de Merkel, que vem um dia depois de a Grécia retornar aos mercados financeiros internacionais, será breve. Ela planeja ficar em Atenas seis horas e meia, quando se encontra com o primeiro-ministro Antonis Samaras e empresários gregos, antes de uma coletiva de imprensa e de um jantar.

"Eu acredito que a Grécia tem mais oportunidades do que dificuldades pela frente", disse Merkel em uma reunião com empresários de novos negócios, reiterando que os dois países vão em breve criar um novo fundo para financiar pequenas empresas.

Às vésperas da chegada de Merkel, mais de 7.000 policiais foram enviados às ruas de Atenas, que tem sido palco de uma série de manifestações violentas nos últimos anos. Os protestos públicos foram proibidos nas áreas em que ela passar.

Sua visita ocorre em um momento crucial para a Grécia. O forte interesse dos investidores em uma primeira venda de títulos de Atenas em quatro anos é visto como uma recompensa à política de cortes de gastos e outras dolorosas medidas de austeridade que a Grécia adotou em troca do resgate internacional de 237 bilhões de euros.

Muitos dizem que o apetite dos investidores ressalta o crescente otimismo em relação aos chamados países periféricos que mais sofreram durante a crise de crédito da Europa.


No entanto, o custo humano das medidas impostas pelo resgate é dolorosamente visível nas ruas da Grécia, onde milhares de empresas fecharam suas portas. O desemprego em janeiro chegou a 26,7 por cento, perto de um recorde de 27,7 por cento, com cerca de 1,5 milhão de pessoas sem trabalho, mas o nível mais baixo em 11 meses.

Muitos criticaram a organização da visita da chanceler alemã para coincidir com emissão de ações de quinta-feira, para influenciar nas chances de Samaras antes da eleição europeia em maio.

Os partidos da oposição e sindicatos disseram que iriam realizar comícios fora da zona proibida para protestar contra a visita de Merkel.

"Merkel visita Atenas para elogiar o trabalho destrutivo do governo e certificar-se de que a austeridade continua", afirmou o principal partido da oposição de esquerda, o Syriza, que se opõe ao resgate internacional.

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