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Merkel sinaliza fim de uma era ao desistir de liderança da CDU

Angela Merkel é presidente da União Democrata-Cristã (CDU) desde 2000 e é a primeira-ministra da Alemanha desde 2005

Merkel: a coalizão do governo foi abalada neste ano por dois resultados ruins em eleições regionais (Hannibal Hanschke/Reuters)

Merkel: a coalizão do governo foi abalada neste ano por dois resultados ruins em eleições regionais (Hannibal Hanschke/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 15h13.

Berlim - Angela Merkel disse nesta segunda-feira que não tentará se reeleger como presidente de seu partido e que seu quarto mandato como chanceler da Alemanha será seu último, assinalando o fim de uma era de 13 anos durante a qual dominou a política europeia.

Merkel, de 64 anos, preside a União Democrata-Cristã (CDU) desde 2000 e é chanceler desde 2005. Sua decisão de deixar a liderança partidária veio depois que a sigla sofreu seu segundo revés regional em igual número de semanas.

Merkel fez o anúncio um dia depois da votação de domingo em Hesse, durante um discurso para marcar o 20º aniversário da Comissão para a Cultura e a Mídia do Governo Federal da Alemanha (BKM).

A medida desencadeou um processo de seleção e preparação do sucessor de Merkel dentro da CDU, levando a uma ligeira queda do euro e à elevação do rendimento dos títulos do governo alemão.

Deixar a Presidência do partido mina ainda mais a autoridade de Merkel, que foi abalada neste ano por dois resultados ruins em eleições regionais e pela queda de um aliado próximo que era líder do grupo parlamentar de seus conservadores.

Merkel se destaca na arena europeia desde 2005. Ajudou a União Europeia a atravessar a crise da zona do euro e abriu as portas de sua nação a imigrantes em fuga das guerras no Oriente Médio em 2015, uma decisão que ainda divide o bloco e a Alemanha.

"Estamos testemunhando uma continuação do padrão em vigor desde os erros de Merkel na crise imigratória de 2015: a erosão gradual, mas contínua, de seu poder político", disse Carsten Nickel, diretor-gerente da consultoria Teneo.

"Em vez de uma instabilidade pura e simples na Alemanha e na Europa, isso significa simplesmente a continuação do atual vácuo de liderança."

A notícia desta segunda-feira surpreendeu dirigentes do CDU, que esperavam que Merkel se candidatasse à reeleição no congresso do partido, a ser realizado em Hamburgo no início de dezembro.

O gesto surpreendente deu a largada na corrida sucessória dentro da CDU, mas também suscita dúvidas sobre a capacidade de Merkel de sair de cena sem tropeços.

Merkel está sendo pressionada pelo Partido Social-Democrata, seu parceiro de coalizão, a apresentar mais resultados de suas diretrizes, e a sigla de centro-esquerda ainda pode romper com o governo na votação de meio de mandato do ano que vem.

Konrad Adenauer e Helmut Kohl, ambos ex-chanceleres da CDU, tiveram finais de mandato turbulentos.

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