Mundo

Merkel recebe apoio da câmara para enviar armas aos curdos

Bundestag aprovou o envio de armas aos curdos que lutam contra o Estado Islâmico no Iraque


	Militares curdos peshmerga durante missão contra o Estado Islâmico no Iraque
 (Azad Lashkari/Reuters)

Militares curdos peshmerga durante missão contra o Estado Islâmico no Iraque (Azad Lashkari/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 14h08.

Berlim - O parlamento da Alemanha aprovou nesta segunda-feira por maioria o envio de armas aos curdos que lutam no norte do Iraque contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), um grupo que, segundo a chanceler, Angela Merkel, ameaça a segurança da região e do próprio país.

A chanceler convocou uma sessão extraordinária no Bundestag (câmara baixa) para explicar a decisão adotada ontem por seu Executivo.

O voto do parlamento não era necessário, mas a grande coalizão de governo formada por conservadores e sociais-democratas decidiu submeter o acordo ao plenário para dar respaldo parlamentar à decisão, que quebrou o tabu de não se enviar armamentos para regiões em guerra.

O acordo foi rejeitado pelos dois únicos partidos da oposição, a Esquerda e os Verdes.

Merkel ratificou a aposta de seu governo pela diplomacia, mas assegurou que "há situações nas quais só meios militares permitem que seja possível de novo uma saída política".

A chanceler afirmou que o Executivo é consciente dos riscos de sua decisão, mas ressaltou a necessidade de se atuar por "responsabilidade internacional", para evitar novos "genocídios" e que os terroristas encontrem outro refúgio.

O conflito no norte do Iraque, acrescentou, ameaça desestabilizar os países vizinhos, como a Jordânia e Turquia, e afetar toda a região, o que põe também em perigo a segurança da Alemanha e Europa.

Merkel disse que o envio de armas aos curdos do norte do Iraque será realizado com autorização do governo central de Bagdá e que a Alemanha não tem nenhum interesse em incentivar o caos no país, em referência às aspirações do povo curdo.

O líder do grupo social-democrata, Thomas Oppermann, defendeu diante do plenário a decisão de seu partido de apoiar o envio, convencido de que é uma "ajuda de emergência" e de que se trata de "uma exceção", não da "ruptura de um tabu".

"Vigiaremos que a ajuda humanitária para a região seja mais elevada do que apenas a ajuda armamentista", afirmou.

Por sua parte, a oposição focou suas críticas na impossibilidade de controlar as armas após chegarem em um território em guerra.

O líder da Esquerda, Gregor Gysi, advertiu do risco do armamento acabar em mãos do Estado Islâmico.

O acordo do governo alemão inclui o envio neste mês ao norte do Iraque de mísseis antitanque, metralhadoras, lança-granadas, fuzis de assalto, pistolas e granadas de mão para armar quatro mil soldados curdos, equipamento com custo de 70 milhões de euros, informou hoje o Executivo.

Alemanha aprovou ainda o envio de 50 milhões de euros em ajuda humanitária à região, e Merkel se mostrou disposta a receber mais refugiados iraquianos no país.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelArmasEstado IslâmicoEuropaIraquePaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA