Berlim - O parlamento da Alemanha aprovou nesta segunda-feira por maioria o envio de armas aos curdos que lutam no norte do Iraque contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), um grupo que, segundo a chanceler, Angela Merkel, ameaça a segurança da região e do próprio país.
A chanceler convocou uma sessão extraordinária no Bundestag (câmara baixa) para explicar a decisão adotada ontem por seu Executivo.
O voto do parlamento não era necessário, mas a grande coalizão de governo formada por conservadores e sociais-democratas decidiu submeter o acordo ao plenário para dar respaldo parlamentar à decisão, que quebrou o tabu de não se enviar armamentos para regiões em guerra.
O acordo foi rejeitado pelos dois únicos partidos da oposição, a Esquerda e os Verdes.
Merkel ratificou a aposta de seu governo pela diplomacia, mas assegurou que "há situações nas quais só meios militares permitem que seja possível de novo uma saída política".
A chanceler afirmou que o Executivo é consciente dos riscos de sua decisão, mas ressaltou a necessidade de se atuar por "responsabilidade internacional", para evitar novos "genocídios" e que os terroristas encontrem outro refúgio.
O conflito no norte do Iraque, acrescentou, ameaça desestabilizar os países vizinhos, como a Jordânia e Turquia, e afetar toda a região, o que põe também em perigo a segurança da Alemanha e Europa.
Merkel disse que o envio de armas aos curdos do norte do Iraque será realizado com autorização do governo central de Bagdá e que a Alemanha não tem nenhum interesse em incentivar o caos no país, em referência às aspirações do povo curdo.
O líder do grupo social-democrata, Thomas Oppermann, defendeu diante do plenário a decisão de seu partido de apoiar o envio, convencido de que é uma "ajuda de emergência" e de que se trata de "uma exceção", não da "ruptura de um tabu".
"Vigiaremos que a ajuda humanitária para a região seja mais elevada do que apenas a ajuda armamentista", afirmou.
Por sua parte, a oposição focou suas críticas na impossibilidade de controlar as armas após chegarem em um território em guerra.
O líder da Esquerda, Gregor Gysi, advertiu do risco do armamento acabar em mãos do Estado Islâmico.
O acordo do governo alemão inclui o envio neste mês ao norte do Iraque de mísseis antitanque, metralhadoras, lança-granadas, fuzis de assalto, pistolas e granadas de mão para armar quatro mil soldados curdos, equipamento com custo de 70 milhões de euros, informou hoje o Executivo.
Alemanha aprovou ainda o envio de 50 milhões de euros em ajuda humanitária à região, e Merkel se mostrou disposta a receber mais refugiados iraquianos no país.
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1. No topo da cadeia militar
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1/12 (Vernon Pugh/Wikimedia Commons)
São Paulo - A
Ucrânia despertou novamente a rivalidade entre
Rússia e
Estados Unidos, mas a verdade é que o mercado de defesa mundial nunca deixou de depender dos dois antigos rivais. Juntos, eles foram responsáveis por 56% do total de armas exportadas no mundo entre 2009 e 2013, de acordo com um
novo relatório do Stockholm International Peace Research Institute. A maior surpresa é a escalada da
China, que exportou 212% mais do que no período anterior e conquistou a quarta posição. Veja a seguir quais são os 10 países que mais exportaram armas - o que inclui equipamento militar como aviões e navios - entre 2009 e 2013:
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2. 1. Estados Unidos
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2/12 (James R. Evans / US Navy)
Os Estados Unidos foram responsáveis por 29% das armas exportadas e 61% deste volume foi de aeronaves Principais parceiros: 1) Austrália (10%) 2) Coreia do Sul (10%) 3) Emirados Árabes Unidos (9%)
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3. 2. Rússia
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3/12 (Fred Tanneau/AFP)
A Rússia foi responsável por 27% das armas exportadas e é a maior exportadora de navios, incluindo o único submarino nuclear exportado no período Principais parceiros: 1) Índia (38%) 2) China (12%) 3) Algéria (11%)
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4. 3. Alemanha
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4/12 (Hannelore Foerster/Bloomberg)
A Alemanha foi responsável por 7% das armas exportadas e seu volume exportado diminuiu 24% em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Estados Unidos (10%) 2) Grécia (8%) 3) Israel (8%)
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5. 4. China
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5/12 (Nelson Ching/Bloomberg)
A China é responsável por 6% das armas exportadas e o volume exportado subiu 212% em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Paquistão (47%) 2) Bangladesh (13%) 3) Mianmar (9%)
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6. 5. França
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6/12 (Alastair Miller/Bloomberg)
A França foi responsável por 5% das armas exportadas e o volume exportado teve queda de 30% em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) China (13%) 2) Marrocos (11%) 3) Singapura (10%)
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7. 6. Reino Unido
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7/12 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
O Reino Unido é responsável por 4% das armas exportadas, a mesma proporção do período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Arábia Saudita (42%) 2) Estados Unidos (18%) 3) Índia (11%)
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8. 7. Espanha
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8/12 (GettyImages)
A Espanha foi responsável por 3% das armas exportadas e teve um aumento de cerca de 80% no volume exportado em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) Noruega (21%) 2) Austrália (12%) 3) Venezuela (8%)
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9. 8. Ucrânia
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9/12 (Yuriy Dyachsyshyn/AFP)
A Ucrânia foi responsável por 3% das armas exportadas e teve aumento de cerca de 75% no volume exportado em relação ao período 2004-2008 Principais parceiros: 1) China (21%) 2) Paquistão (8%) 3) Rússia (7%)
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10. 9. Itália
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10/12 (Victor Sokolowicz/Bloomberg)
A Itália foi responsável por 3% das armas exportadas, o que incluiu polêmicos envios para a Líbia ainda na época de Kadafi Principais parceiros: 1) Índia (10%) 2) Emirados Árabes Unidos (9%) 3) Estados Unidos (8%)
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11. 10. Israel
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11/12 (Baz Ratner/Reuters)
Israel é responsável por
2% das armas exportadas e já foi acusado de
não divulgar todos os seus acordos Principais parceiros: 1) Índia (33%) 2) Turquia (13%) 3) Emirados Árabes Unidos (9%)
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12/12 (Divulgação)