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Merkel quer reconquistar confiança após derrota eleitoral

"Todos devem refletir sobre o que podemos fazer para voltar a ganhar a confiança e, naturalmente, eu em primeiro lugar", afirmou a chanceler


	Angela Merkel: Merkel insistiu que sua decisão de receber os migrantes em massa em 2015 foi boa
 (Hannibal Hanschke / Reuters)

Angela Merkel: Merkel insistiu que sua decisão de receber os migrantes em massa em 2015 foi boa (Hannibal Hanschke / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2016 às 10h19.

A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou nesta segunda-feira que está disposta a reconquistar a confiança dos alemães, no dia seguinte à derrota de seu partido pelos populistas de direita, que a denunciam por sua política de abertura aos migrantes.

"Todos devem refletir sobre o que podemos fazer para voltar a ganhar a confiança e, naturalmente, eu em primeiro lugar", afirmou a chanceler à margem da cúpula do G20 que se celebra na China

Merkel insistiu, no entanto, que sua decisão de receber os migrantes em massa em 2015 foi boa.

"Ainda temos muito o que fazer para voltar a ganhar a confiança, e o tema da integração e do reenvio dos migrantes que não têm autorização de estada terão um papel muito importante", enfatizou.

Um ano depois de Merkel abrir as portas da Alemanha aos refugiados, o partido anti-imigrantes alemão AfD ficou em segundo lugar nas eleições regionais em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, com 21% dos votos, atrás apenas dos sociais-democratas e superando o CDU da chanceler.

De acordo com pesquisas de boca de urna e com 21% dos votos já apurados no domingo (4), o SPD (Partido Social-Democrata) liderava a disputa, com 30%, cinco pontos a menos em relação a 2011.

Já o Partido Cristão-Democrata (CDU) de Merkel aparecia em terceiro lugar, com entre 19% e 20% dos votos, de acordo com pesquisas das emissoras de televisão públicas ARD e ZDF.

Criado em 2013, o Partido Alternativa para Alemanha (AfD) reforça sua posição na cena nacional, agora representado em nove dos 16 "Länder". As eleições de domingo, assim como as de Berlim em 18 de setembro, tornam-se, desse modo, um ensaio geral a um ano das legislativas.

O partido baseou sua campanha no caos provocado, segundo a própria AfD, pela política pró-refugiados adotada por Angela Merkel.

O secretário-geral da CDU, Peter Tauber, reconheceu uma derrota "amarga" e classificou a votação a favor da AfD de "protestatória".

"Nós a vemos com o debate sobre os refugiados", corroborou.

O fato é que a integração de um milhão de solicitantes de asilo em 2015 monopolizou a campanha eleitoral nesse estado-região da ex-RDA comunista, abrindo terreno para os populistas de direita da AfD.

Em um comício no sábado (3), nesse estado regional onde fica sua própria circunscrição eleitoral, Merkel advertiu para o perigo do voto nos populistas.

"Essa gente que provoca, mas que nunca fez nada por esse Land (estado federado)", denunciou.

A popularidade crescente da AfD é considerada "aterradora" pelo Conselho Central dos Judeus da Alemanha.

"Agora, a Alemanha tem o que não existia desde o final da guerra (em 1945, em uma referência à Segunda Guerra Mundial): um partido de extrema-direita", lamentou o jornal Die Welt.

Além do tema dos refugiados, a AfD se nutre "das dificuldades do SPD e da CDU para se diferenciar", reconheceu o candidato Weinhold, acrescentando que "muitos não se sentem representados".

Desamparados diante do êxito dos populistas, alguns políticos culpam Merkel diretamente.

Essa política "provocou uma cisão na nossa sociedade", criticou o chefe do governo regional em fim de mandato, Erwin Sellering, do SPD.

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