Christine Lagarde : os Brics criticaram a tradição de se entregar o cargo do Fundo sempre a um europeu (Agencia Brasil / Antonio Cruz)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h30.
Cingapura - A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu nesta quinta-feira a candidatura da ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, ao cargo de diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), pedindo aos países emergentes que considerem a indicação de forma "objetiva".
"Christine Lagarde tem como ministra das Finanças uma excelente reputação, em todo o mundo", disse Merkel em Cingapura. "De muitas maneiras, ela é a encarnação ideal da experiência econômica e da experiência política".
"Espero que os emergentes e outros países a observem com atenção, com um olhar objetivo e sem receios, apesar do desejo, óbvio, de ter sua oportunidade".
O governo alemão já anunciou formalmente seu apoio a Lagarde.
O FMI deve divulgar até o dia 17 de junho a lista dos candidatos ao cargo de diretor-gerente da instituição.
Até o momento, apenas Lagarde e o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens, se apresentaram.
Os países emergentes reunidos no Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - criticaram na semana passada a tradição de se entregar o cargo de diretor-gerente do Fundo sempre a um europeu.
O cargo ficou vago após a renúncia do francês Dominique Strauss-Kahn, acusado de agressão sexual, tentativa de estupro e cárcere privado contra uma camareira de um hotel de Nova York.
Na mesma entrevista, Merkel considerou que o euro é "uma moeda estável", apesar do "problema de competitividade" de alguns países da Zona Euro.
"Permitam que diga isto muito claramente: Não temos problemas com o euro como tal. É uma moeda estável, especialmente se observarmos sua cotação em relação ao dólar".
Sobre a Grécia, que esteve à beira do calote, e sobre outros membros da Zona Euro com problemas de dívida pública, Merkel destacou que alguns países têm "um problema de competitividade".
Além da Grécia, Irlanda e Portugal recorreram à ajuda financeira da UE e do FMI para financiar sua dívida.