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Merkel irá propor à UE sanções mais duras contra a Rússia

De acordo com jornal alemão, Merkel abordará o assunto na próxima cúpula de líderes do bloco comunitário, que será realizada nesta semana


	Angela Merkel: sanções à Rússia pelo papel no conflito da Síria
 (Hannibal Hanschke/Reuters)

Angela Merkel: sanções à Rússia pelo papel no conflito da Síria (Hannibal Hanschke/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2016 às 15h13.

Berlim — A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, irá propor aos demais países da União Europeia (UE) um endurecimento das sanções contra a Rússia pelo papel no conflito da Síria, disse neste domingo o jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung".

De acordo com o jornal, Merkel abordará o assunto na próxima cúpula de líderes do bloco comunitário, que será realizada na quinta e na sexta-feira desta semana. No entanto, a chanceler terá dificuldade para conseguir apoios à iniciativa tanto de membros da coalizão de seu próprio partido como dentro da própria UE.

No entanto, diz o jornal, Merkel conta com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que estaria disposto a determinar uma "enérgica reação" contra a Rússia o respaldo da UE for obtido.

Representantes de países-membros do bloco, porém, já se mostraram contrários à medida. Foi o caso do ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, que em declarações que serão divulgadas amanhã pelo jornal "Tagesspiegel", de Berlim, afirma que as sanções não contribuirão para resolver o conflito.

Já o vice-líder do Partido Social-Democrata Alemão (SPD), Ralf Stegner, alertou que, apesar das críticas ao modo como a Rússia está atuando na Síria, a situação não seria melhorada com novas sanções.

Tanto Asselborn como Stegner concordam que a comunidade internacional deve intensificar os esforços para conseguir a implantação de um cessar-fogo na Síria, não ampliar sanções contra a Rússia, aliada do presidente do país, Bashar al Assad.

As informações sobre os planos de Merkel foram divulgadas depois da tentativa fracassada de ontem em Lausanne, na Suíça, de conseguir algum tipo de acordo para pôr fim à ofensiva do governo sírio contra a cidade de Aleppo. Convocada pelos Estados Unidos, a reunião contou com a presença dos chanceleres de Arábia Saudita, Catar, Egito, Irã, Iraque, Jordânia e Turquia, além da própria Rússia.

Também ficou em aberta a realização em Berlim de uma cúpula sobre a Ucrânia entre Merkel e os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Ucrânia, Petro Poroshenko, e da França, François Hollande.

A convocação do encontro já tinha sido questionada pelo Kremlin, mas havia a expectativa de a reunião ocorrer na quarta-feira.

A chanceler da Alemanha indicou na sexta-feira a disposição em realizar a cúpula quando houver as condições necessárias para o encontro, mas não quis dizer a data da cúpula.

Caso a reunião ocorra, seria a primeira visita de Putin à Alemanha desde o início da crise ucraniana. Merkel também não vai à Rússia desde a anexação da península da Crimeia por Moscou, ato que provocou as sanções contra o Kremlin determinadas pela UE.

A organização da cúpula sobre a Ucrânia já tinha começado a cambalear na quinta-feira, em meio a tensões diplomáticas entre Hollande e Putin. O presidente russo cancelou uma visita à França prevista antes da realização do encontro em Berlim depois de Hollande ter alertado que só o receberia se o motivo do diálogo fosse o conflito na Síria. EFE

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