Angela Merkel: a chanceler considerou "inaceitáveis" as afirmações do governo da Turquia (Hannibal Hanschke/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de março de 2017 às 10h46.
Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, expressou nesta segunda-feira seu "total apoio e solidariedade" ao primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, após as acusações "inaceitáveis" do governo da Turquia, que, assim como fez com Berlim, tachou de "nazista" o executivo de Haia por proibir comícios de ministros turcos.
Em entrevista coletiva com representantes da indústria e da patronal alemã, Merkel começou seu discurso lembrando que na semana passada rejeitou no plenário do Bundestag (câmara baixa) a retórica do governo de Ancara e as comparações da atual Alemanha com o regime nacional-socialista.
Essa rejeição se estende também às comparações que afetam um país "amigo", continuou Merkel, que ressaltou que as acusações turcas estão completamente equivocadas e "minimizam o sofrimento, justamente na Holanda, que tanto sofreu com o nacional-socialismo".
"É totalmente inaceitável", manifestou a chanceler para transmitir sua solidariedade a todo o povo holandês e a Rutte.
Eu um ato separado, o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, disse que as declarações do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se "desqualificam por si só" e apenas servem para "minimizar" os horrores do nacional-socialismo, sobretudo ao atribuí-las a um país que foi invadido e intensamente bombardeado pelo regime nazista.
Além disso, Seibert indicou que a Alemanha não emitiu nenhuma "proibição geral" contra políticos turcos e que seus discursos em território alemão serão permitidos dependendo de critérios de segurança.
Por sua vez, o porta-voz das Relações Exteriores, Martin Schäfer, afirmou que Ancara entregou ao governo alemão uma lista com "mais de duas dúzias" de políticos turcos que querem participar até 16 de abril de diferentes comícios na Alemanha.
A lista é confidencial, acrescentou Schäfer, que afirmou que nela há "altos cargos" do governo turco, mas que entre eles não está Erdogan.
No entanto, Schäfer explicou que o governo alemão está disposto a colaborar para que os 1,4 milhão de cidadãos turcos com direito a voto que vivem na Alemanha possam exercer seu direito ao voto no referendo de 16 de abril.