A chanceler alemã, Angela Merkel, vai explicar o plano europeu (John Macdougall/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2011 às 11h48.
Berlim - Diante da reticência apresentada pelos mercados em relação às decisões adotadas na semana passada em uma reunião europeia para salvar o euro, a chefe do governo alemão, Angela Merkel, fará um pronunciamento nesta quarta-feira no Parlamento alemão (Bundestag).
A chanceler explicará as decisões adotadas em Bruxelas para tentar acalmar os ânimos dos investidores, receosos desde a reunião.
Merkel deve explicar ante o Parlamento alemão os motivos pelos quais considera que o acordo alcançado na semana passada semana irá conter a crise da dívida que afeta os países da Eurozona.
Todos os membros da União Europeia, à exceção do Reino Unido, apoiaram na reunião de sexta-feira o plano franco-alemão para implantar um novo pacto fiscal comum para reforçar a disciplina orçamentária da Eurozona, com o objetivo de tentar salvar a moeda única.
A imprensa alemã, no entanto, revelou na terça-feira que Merkel e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, divergem em relação ao formato do novo pacto fiscal da Eurozona.
A chefe do governo alemão é favorável a um texto único que delimite o futuro pacto fiscal aos estatutos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE).
Já Van Rompuy quer dois tratados: um dedicado à união fiscal na Eurozona e um segundo sobre o MEDE, que substituirá em 2012 o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).
Além disso, Merkel reiterou na terça-feira sua oposição ao aumento da capacidade de empréstimo do MEDE, que deve manter-se em 500 bilhões de euros, uma quantidade que os especialistas consideram insuficiente caso seja preciso resgatar um país como por exemplo a Itália.
Essas divergências, por sua vez, têm feito aumentar o ceticismo nos mercados sobre a capacidade real dos países europeus em superar a crise da dívida.
A cautela do mercado tem provocado novas quedas nas principais bolsas europeias na apertura desta sessão. No início da sessão, o Footsie-100 da Bolsa de Londres perdia 0,80%, o DAX alemão -0,71%, o CAC-40 francês -1,36% e o IBEX-35 espanhol -0,55%.
Esta situação afetava igualmente o euro, que era cotado nesta quarta-feira abaixo do 1,30 dólar (1,2995 dólar até às 11H45 GMT -9H45 de Brasília), seu nível mais baixo desde janeiro.