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Merkel espera avanços no G20 após EUA saírem do Acordo de Paris

A governante alemã lembrou que "neste momento" se está preparando a reunião do grupo dos 20, que será realizada no próximo mês

Merkel: "Haverá pontos nos quais nem todos obteremos o que desejaríamos", disse (Martin Acosta/Reuters)

Merkel: "Haverá pontos nos quais nem todos obteremos o que desejaríamos", disse (Martin Acosta/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de junho de 2017 às 21h57.

Buenos Aires - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, destacou nesta quinta-feira em Buenos Aires que se tentará alcançar o "máximo de pontos em comum" durante a próxima Cúpula do G20, em Hamburgo, depois que os Estados Unidos decidiram, durante a última Cúpula do G7, não ratificar o Acordo de Paris sobre mudança climática.

Em uma coletiva de imprensa junto ao presidente da Argentina, Mauricio Macri, com quem antes teve uma reunião bilateral, a governante alemã lembrou que "neste momento" se está preparando a reunião do grupo dos 20, que será realizada no próximo mês, e negociando comunicados com os participantes.

"Haverá pontos nos quais nem todos obteremos o que desejaríamos, mas após a decisão dos EUA de deixar o Acordo de Paris é algo totalmente óbvio. Haverá muitos temas importantes que serão tratados e vamos tentar lograr o máximo de pontos em comum. Mas, como anfitriã, terei que dizer quais são os pontos quando não houver acordo", salientou.

Merkel apontou que o tema do terrorismo vai exercer um papel preponderante na reunião de Hamburgo, "porque já é uma ameaça e desafio mundial".

Neste sentido, agradeceu à Argentina por sua iniciativa de acolher imigrantes sírios que fogem da guerra do seu país.

Além disso, ressaltou que a Europa tem a África como "desafio", um "continente vizinho" cuja população cresce "rapidamente" e vai se "multiplicar por dois" nos próximos 30 anos, razão pela qual defendeu que o G20 se fixe como tarefa "associar" a África à vereda do crescimento.

Ao mesmo tempo, a governante frisou que concluir acordos com esse continente e aumentar os investimentos ali "é uma das prioridades" da cúpula.

Por sua parte, o presidente da Argentina, que no final do ano receberá da Alemanha a presidência anual do G20, considerou que o que conversou com Merkel sobre o grupo "foi muito rico", já que, em sua opinião, acolher a cúpula de 2018 é "um grande desafio logístico e de segurança".

O governante argentino concordou com a importância de vários pontos da agenda que o G20 tem hoje sob a presidência alemã, como a preponderância da mulher, a capacitação em novos trabalhos e as infraestruturas.

"E também há que seguir o exemplo do que foi a liderança alemã no G20 de focar a agenda, porque nos últimos G20 havia muitos temas, e a Argentina vai fazer sua agenda de temas específicos, mais reduzida", antecipou Macri, que ratificou o compromisso do país na luta contra o terrorismo.

"Já sofremos no passado, entendemos do que se trata e entendemos que não há áreas cinzentas. Nesse campo há que ser solidário e compartilhar o desafio global", concluiu o presidente argentino.

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