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Merkel e Sarkozy pressionam a Grécia a aceitar socorro

Chanceler alemã e presidente francês marcam reunião com premiê grego para dar-lhe um ultimato: Atenas pretende ou não seguir na zona do euro?

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy (Sean Gallup/Getty Images)

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2011 às 13h03.

Cannes - Às vésperas da reunião do G20 - grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes - França e Alemanha se unem para pressionar a Grécia a aceitar o empréstimo bilionário oferecido pela União Europeia (UE) para salvar o país da falência. Esta quarta-feira promete, portanto, ser um longo dia para o primeiro-ministro grego George Papandreou. Ele já tem uma reunião marcada com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã Angela Merkel, em Cannes, no Sul da França. A pauta do encontro: Paris e Berlim querem explicações sobre a decisão do premiê de convocar um referendo para que a população decida se aceita o plano de resgate ao país.

A reunião está prevista para começar às 20 horas no horário francês (15h30 no horário de Brasília), logo após um encontro no qual Sarkozy e Merkel discutirão a situação grega com a francesa Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), e demais representantes de organismos europeus, como a Comissão Europeia (o português José Manoel Barroso), o Banco Central Europeu (o italiano Mario Draghi, recém empossado), e o Conselho Europeu (presidido pelo belga Herman Van Rompuy). Estas são as instituições com as chaves do cofre que pode liberar a bilionária ajuda que vai manter as contas da Grécia respirando.

Seja qual for a desculpa de Papandreou para a proposta de plebiscito, já se sabe que Sarkozy e os outros negociadores jogarão duro com ele. Interlocutores franceses já têm até uma ideia da pergunta que o premiê grego terá de responder: "A única pergunta a ser feita em um referendo como este é se os gregos querem continuar a fazer parte da zona euro?". Sem ajuda, o governo grego não deverá ter dinheiro para pagar as suas contas antes mesmo do fim deste mês.

Em pelo menos um ponto, o governo de Papandreou já recuou. Quando foi anunciada a intenção de consultar os eleitores, especulava-se sobre a realização do plebiscito em dezembro. Nesta quarta-feira, o ministro do interior grego, Haris Kastanidis, declarou que ele poderia se realizar antes, em dezembro.

De qualquer forma, a encrenca já está feita. Além de juricamente complicado, expulsar a Grécia do euro traria um problema atrás do outro. Para começar uma corrida aos bancos, já que o novo-dracma -- ou seja qual for o nome da nova moeda grega -- já nasceria sob pesada desvalorização. Por outro lado, a crise certamente aceleraria o risco de contágio imediato aos outros países europeus, igualmente com contas em má situação -- Itália e Espanha, para começar.

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