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Merkel é criticada na Alemanha por "alegria" com morte de Bin Laden

"Segundo o pacto internacional sobre as liberdades cidadãs e políticas, não é permitido um homicídio arbitrário", disse um dos representantes da União Democrata-Cristã

Angela Merkel é criticada por demonstrar entusiasmo diante da morte do terrorista (Joerg Sarbach - Pool/Getty Images)

Angela Merkel é criticada por demonstrar entusiasmo diante da morte do terrorista (Joerg Sarbach - Pool/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 20h30.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, recebeu críticas de colegas de seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), por demonstrar "alegria" pela morte do terrorista Osama bin Laden.

Em discurso público na segunda-feira na Chancelaria Federal, Merkel declarou sua "alegria por ter sido possível matar Osama bin Laden".

"Eu não teria formulado dessa maneira. São ideias vingativas que não deveria haver. Isso é medieval", afirmou o presidente da Comissão Legislativa do Parlamento alemão (Bundestag), o democrata-cristão Siegfried Kauder, em declarações publicadas nesta quarta-feira pelo diário "Passauer Neuen Presse".

A vice-presidente do grupo parlamentar União Democrata-Cristã e União Social-Cristã (CDU/CSU), Ingrid Fischbach, se distancia de sua correligionária Merkel ao comentar que, "do ponto de vista cristão, não é apropriado expressar alegria pelo assassinato proposital de uma pessoa".

As críticas foram encorpadas pelo bispo militar Franz Josef Overbeck, que considera que "como pessoa e, mais ainda como cristão, não se pode ficar alegre com a morte de uma pessoa", mesmo que "se trate de um criminoso".

"Como cristã, só posso dizer que não é motivo de festejos o assassinado de alguém de maneira proposital", assinalou por sua vez, no diário "Berliner Zeitung", Katrin Göring-Eckardt, vice-presidente verde no Bundestag.

Siegfried Kauder, principal responsável em matéria de direito do Bundestag, questiona ainda a legalidade da operação para eliminar bin Laden ao comentar que, "segundo o pacto internacional sobre as liberdades cidadãs e políticas, não é permitido um homicídio arbitrário".

"Se havia a conclusão que bin Laden não estava ativo há muito tempo, seu assassinato pode ter sido arbitrário", afirma Kauder, que considera que "o princípio que o fim justifica os meios não é uma base jurídica".

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