A chanceler alemã, Angela Merkel: na Alemanha não existe um salário mínimo nacional e os salários são negociados por setor industrial ou de serviços (John Macdougall/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2013 às 09h56.
Berlim - A Alemanha introduzirá um salário mínimo nacional, afirmou nesta quinta-feira a chanceler Angela Merkel, que declarou que se trata de uma concessão aos sociais-democratas, seus futuros sócios de governo.
"Vamos decidir coisas que, levando-se em conta meu programa, não considero justas, entre elas um salário mínimo generalizado", declarou a chanceler conservadora em um discurso em Berlim, ao evocar as negociações com os sociais-democratas.
Mas "uma avaliação realista mostra que os sociais-democratas não concluirão as negociações" sem um salário mínimo, uma de suas reivindicações centrais.
"Vou fazer tudo, a União Democrática Cristã (CDU) vai fazer tudo" para minimizar os efeitos deste salário mínimo no emprego, acrescentou Merkel em um discurso diante de dezenas de patrões.
Mas Merkel declarou que se opunha à alta dos impostos dos mais ricos, outra demanda dos sociais-democratas, e declarou que não renunciará à diminuição da dívida alemã, projeto central do governo para os próximos quatro anos.
Merkel também afirmou que o governo de coalizão que está sendo montado com os sociais-democratas não é a "constelação ideal", e sim a consequência do resultado do voto dos alemães nas eleições de 22 de setembro.
Na Alemanha não existe um salário mínimo nacional e os salários são negociados por setor industrial ou de serviços. Em alguns setores os trabalhadores recebem menos de cinco euros por hora.
Na campanha eleitoral, o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) propôs um salário mínimo de 8,5 euros por hora.