Merkel: chanceler alemã disse que não haverá nenhuma solução ao conflito sem os Estados Unidos, mas também não sem a Rússia (Hannibal Hanschke/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2015 às 12h58.
Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu neste sábado a cooperação internacional para pôr fim à guerra na Síria, que gerou milhões de refugiados, e advertiu que "não haverá nenhuma solução ao conflito" sem os Estados Unidos, mas também não sem a Rússia.
Em uma jornada organizada por seu partido em Berlim para analisar a agenda digital, Merkel iniciou seu discurso fazendo referência à crise dos refugiados e à necessidade de que toda Europa, e não só a Alemanha, assuma sua responsabilidade no esforço para fazer frente a este desafio comum.
"Não é só uma responsabilidade da Alemanha, mas de todos os Estados-membros da União Europeia", ressaltou Merkel, em referência à reunião que terão na segunda-feira em Bruxelas os ministros de Interior comunitários para abordar as cotas propostas pela Comissão Europeia para distribuir os refugiados.
Perante as milhares de pessoas que fogem da Síria, Merkel advogou por combater as causas da guerra no país e ratificou o compromisso de Berlim com a coalizão internacional que luta contra o jihadista Estado Islâmico (EI).
Neste contexto, lembrou que para encontrar uma solução ao conflito é imprescindível a cooperação internacional e ressaltou a necessidade de envolver a Rússia nesse trabalho conjunto.
Por sua vez, em uma entrevista ao grupo de meios de comunicação "Funke", o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, advertiu Moscou dos riscos de atuar sozinho e mostrou sua confiança em que não dê passos que favoreçam a continuidade da guerra civil na Síria.
Como Merkel, Steinmeier defendeu a cooperação internacional, depois que ontem o titular das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, pediu que a coalizão internacional que luta contra o EI colabore com o exército sírio para ser mais eficaz.
Lavrov afirmou, além disso, que seu país continuará com a provisão de armamento à Síria para que possa "defender-se da ameaça terrorista".