Merkel: chanceler ressaltou que muçulmanos se manifestaram claramente contra atentados (Hannibal Hanschke/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 14h21.
Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, ressaltou nesta quinta-feira as boas relações que existem no país com a "imensa maioria dos muçulmanos", mas admitiu a existência de elementos "isolados" conectados com o jihadismo que exigem manter as medidas de segurança ativas.
Em entrevista coletiva na Chancelaria depois de se reunir com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, Merkel assegurou que o governo faz e fará tudo o que estiver em suas mãos para proteger todos os cidadãos na Alemanha, "sejam judeus, cristãos, muçulmanos ou pessoas que não professam nenhuma religião".
Após o mortal ataque de ontem em Paris contra a revista satírica "Charlie Hebdo", a chanceler ressaltou que os muçulmanos neste país se manifestaram claramente contra os atentados terroristas.
No entanto, a líder alemã reconheceu que no país também há "infelizmente forças isoladas conectadas com o jihadismo" e defendeu portanto a necessidade de manter as medidas de segurança, como ontem assinalou o ministro do Interior, Thomas de Maizière.
O ministro avançou que tinham sido reforçadas "parcialmente" as medidas de segurança após o atentado de Paris, embora assegurou que não existam "indícios concretos" que apontem a um risco de atentado na Alemanha.
De Maizière ressaltou também a necessidade de distinguir com clareza o terrorismo islamita e o Islã, uma mensagem parecida com a do ministro da Justiça, o social-democrata Heiko Maas, ao considerar "repugnante" que haja movimentos islamofóbicos que tentem "instrumentalizar" o atentado de Paris.