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Merkel defende cooperação de inteligência alemã com EUA

Merkel afirmou que as agências de espionagem têm que cooperar umas com as outras, mas admitiu que existe uma “tensão inata” entre a liberdade e a segurança


	Desconforto: a espionagem em nome da NSA irritou muitos na Alemanha, onde a vigilância é um tema delicado em função dos abusos dos nazistas e da Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental
 (Daniel Roland/AFP/AFP)

Desconforto: a espionagem em nome da NSA irritou muitos na Alemanha, onde a vigilância é um tema delicado em função dos abusos dos nazistas e da Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental (Daniel Roland/AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 13h32.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta segunda-feira a agência de inteligência do país (BND, na sigla em alemão) das acusações de ter ajudado ilegalmente os Estados Unidos a espionarem autoridades e empresas da Europa.

Em seus primeiros comentários públicos sobre um escândalo que abala a Alemanha há semanas, Merkel afirmou ainda ser inaceitável que nações amigas espionem umas às outras – referência ao seu espanto com os relatos de que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) grampeou seu celular até 2013.

Ela apoiou com vigor a cooperação da BND com a NSA no combate ao terrorismo, embora o procurador-geral alemão tenha iniciado uma investigação. A espionagem em nome da NSA irritou muitos na Alemanha, onde a vigilância é um tema delicado em função dos abusos dos nazistas e da Stasi, a polícia secreta da Alemanha Oriental.

“Com muita razão estabelecemos controles sobre a BND no parlamento, o que considero absolutamente essencial”, declarou Merkel, acrescentando que seu escritório está pronto para responder a todas as perguntas.

“Por outro lado, as agências de inteligência estão trabalhando pela segurança do público, e o governo alemão fará tudo que pode para que consigam cumprir sua função”, disse.

“E esta habilidade de cumprir suas tarefas diante das ameaças do terrorismo internacional é feita em cooperação com outras agências de inteligência, e isso inclui antes de tudo a NSA”.

Merkel afirmou que as agências de espionagem têm que cooperar umas com as outras, mas admitiu que existe uma “tensão inata” entre a liberdade e a segurança. “Encontrar o equilíbrio adequado é minha função”, disse.

O ministro do Interior, Thomas de Maizière, aliado de Merkel e seu chefe de gabinete entre 2005 e 2009, enfrentou pedidos de renúncia em razão do escândalo. Ele negou ter mentido ao Parlamento a respeito da cooperação de inteligência alemã com a NSA.

A chancelaria declarou que sabia do interesse da agência norte-americana em espionar empresas europeias da área de defesa desde 2008, embora o parlamento tenha sido informado em 2014 que o governo não tinha informação sobre o assunto.

O presidente da BND, Gerhard Schindler, refutou as acusações de políticos opositores de que o órgão que chefia cometeu traição ao auxiliar a NSA. “Rejeito enfaticamente as acusações de traição”, declarou Schindler em Berlim. “É totalmente absurda.” Ele ainda disse que os alemães têm uma ideia equivocada sobre a parceria com a NSA. “A BND não é uma ferramenta à disposição dos Estados Unidos”.

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