Mundo

Merkel assume responsabilidade por revés eleitoral em Berlim

A avaliação de Merkel acompanha o forte revés sofrido ontem pela CDU, que obteve 17,6% dos votos, um mínimo histórico para o partido


	Angela Merkel: Merkel qualificou de "muito amargos" os resultados obtidos por seu partido ontem
 (REUTERS/Hannibal Hanschke)

Angela Merkel: Merkel qualificou de "muito amargos" os resultados obtidos por seu partido ontem (REUTERS/Hannibal Hanschke)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 10h11.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assumiu nesta segunda-feira a responsabilidade pelo revés eleitoral sofrido por seu partido nas eleições regionais realizadas ontem em Berlim e admitiu que o mesmo se deve, em parte, à defesa de sua política de refugiados.

A frase de "nós conseguiremos", com que reiteradamente se referiu à capacidade da Alemanha para acolher os solicitantes de asilo chegados ao país, foi entendida "por mais de um como uma provocação", apesar de que esta não era sua intenção, afirmou a líder da União Democrata-Cristã (CDU, sigla em alemão).

Esse pronunciamento foi desconstruído até "perder seu sentido" e aparecer como uma "frase vazia", acrescentou Merkel, para reconhecer em seguida que, por outro lado, não tinha conseguido "explicar suficientemente" o grande desafio e esforços que, durante anos, implicará a responsabilidade de acolher e integrar essas pessoas.

Merkel qualificou de "muito amargos" os resultados obtidos por seu partido ontem, na cidade-estado e capital, como também os que a CDU colheu 15 dias atrás nas eleições regionais de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental.

A chanceler disse que estes tinham "sem dúvida" um "componente regional", mas que isso não tira sua parte de "responsabilidade" direta nesses resultados, já que é a presidente do partido.

A avaliação de Merkel acompanha o forte revés sofrido ontem pela CDU, que obteve 17,6% dos votos, um mínimo histórico para o partido, e um reflexo da erosão que os partidos da grande coalizão vêm sofrendo.

O Partido Social-Democrata (SPD, sigla em alemão), seu aliado no âmbito federal, se manteve como a primeira força, com 21,6% dos votos, mas perdeu 6,7% em relação ao pleito de 2011.

Os dois partidos não poderão reeditar na cidade-estado a aliança de governo que o SPD liderava, e tudo indica que o Executivo local será formado por uma coalizão entre os social-democratas, a Esquerda e Os Verdes, este últimos com resultados de 15,6% e 15,2 %, respectivamente, nas eleições regionais.

A direita radical do partido Alternativa para a Alemanha (AfD, sigla em alemão) obteve 14,2% e conseguiu assim representação em sua décima câmara regional do total de 16 que existem no país.

O AfD foi responsável pela derrota da CDU de Merkel há 15 dias, quando tomou do partido da chanceler a posição de segunda força nas regionais de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde o SPD manteve o primeiro lugar. 

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelEuropaPaíses ricosPartidos políticosPersonalidadesPolíticosRefugiados

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru