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Merkel apoia espanhol De Guindos à presidência do Eurogrupo

Ministro espanhol foi artífice de políticas de austeridade que a chanceler defende para a Europa

A chanceler alemã, Angela Merkel, participa de uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro espanhol, após um encontro em Santiago de Compostela (Miguel Riopa/AFP)

A chanceler alemã, Angela Merkel, participa de uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro espanhol, após um encontro em Santiago de Compostela (Miguel Riopa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 16h00.

Madri - Angela Merkel apoiou nesta segunda-feira a candidatura à presidência do Eurogrupo do ministro espanhol Luis de Guindos, artífice de políticas de austeridade que a chanceler alemã e seu homólogo espanhol, Mariano Rajoy, defenderam para a Europa apesar da oposição de França e Itália.

"Apoiaremos a candidatura de Luis de Guindos", anunciou Merkel em uma coletiva de imprensa conjunta com Rajoy em Santiago de Compostela, cidade espanhola onde os dois líderes conservadores europeus se reuniram durante dois dias.

Para a chanceler alemã, De Guindos, que antes de integrar o governo eleito no final de 2011 presidiu o Lehman Brothers na Espanha e em Portugal de 2006 a 2008, "tem sido um excelente ministro da Economia na Espanha em tempos difíceis".

"Nosso ministro das Finanças, (Wolfang) Schäuble, trabalha estreitamente com o ministro Luis de Guindos, em temas como a união bancária, entre outros, e temos trabalhado muito bem em conjunto", acrescentou.

Com a intenção de ganhar peso nas instituições europeias, o governo espanhol defende há semanas a candidatura de De Guindos para presidir o foro dos ministros da Economia da zona do euro, substituindo o holandês Jeroen Dijsselbloem, que encerra seu mandato no fim do ano.

Madri também aspira a designação como comissário europeu de Miguel Arias Cañete, ex-ministro da Agricultura e candidato dos conservadores espanhóis nas eleições europeias.

Os dirigentes europeus devem se reunir neste sábado em Bruxelas em uma cúpula extraordinária para decidir, além da substituição de Dijsselbloem, os candidatos à presidência do Conselho Europeu e do Alto Representante para os Assuntos Exteriores da UE.

Consolidação fiscal e reformas

Merkel parabenizou a Espanha por suas políticas de austeridade, que combinadas com diversas reformas econômicas "possibilitaram as condições para o crescimento", afirmou.

Em crise econômica desde a eclosão da sua bolha imobiliária em 2007, coincidindo com o início da tempestade financeira internacional, a Espanha viveu duas recessões em cinco anos. Deixou a segunda no terceiro trimestre de 2013 e desde então seu crescimento se acelera, com 0,6% neste segundo trimestre, apesar de apresentar um dos maiores índices de desemprego entre os países industrializados.

"É preciso manter as políticas de consolidação fiscal", afirmou Rajoy, acrescentando: "O déficit público tem que ser razoável, assim como os níveis da dívida".

"As reformas estruturais às vezes são duras, às vezes são complicadas e difíceis de explicar, mas são as que aumentam a competitividade das economias e, consequentemente, os níveis de bem-estar e riqueza", completou.

A chanceler alemã concordou: "Compartilho a opinião de Mariano Rajoy em relação à combinação de consolidação fiscal e reformas".

Ele não quiseram, contudo, comentar os ataques feitos neste fim de semana pelo ministro da Economia francês, Arnaud Montebourg, à Alemanha e às políticas de austeridade na Europa. As declarações de Montebourg precipitaram uma crise no governo na França.

"Desejo ao presidente francês (François Hollande) todo o sucesso em sua agenda de reforma, mas não vamos comentar o que aconteceu", declarou Merkel, que também enfrenta a oposição do governo italiano de Matteo Renzi.

Merkel também apoiou Rajoy em sua rejeição à realização de um referendo em novembro pela soberania na Catalunha, região com aproximadamente 7,5 milhões de habitantes no nordeste da Espanha, onde o movimento pela independência cresceu nos últimos anos estimulado pela crise econômica.

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