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Merkel alerta que Reino Unido não poderá ser seletivo com UE

Merkel afirmou que a Alemanha está determinada a manter laços estreitos com o Reino Unido e trabalhar para fortalecer a UE


	Angela Merkel: os países que desejam ter acesso ao mercado comum devem aceitar os princípios e obrigações que isso acarreta
 (Fabrizio Bensch / Reuters)

Angela Merkel: os países que desejam ter acesso ao mercado comum devem aceitar os princípios e obrigações que isso acarreta (Fabrizio Bensch / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2016 às 09h04.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, alertou o Reino Unido nesta terça-feira que os britânicos não poderão escolher somente as partes da União Europeia que lhe interessam, como o mercado comum, sem aceitar princípios como a livre circulação quando negociarem sua saída do bloco.

Discursando à câmara baixa do Parlamento alemão antes de seguir para Bruxelas para debater a decisão do Reino Unido de se desfiliar da UE, Merkel disse que Londres não receberá um tratamento especial.

"Vamos fazer com que as negociações não aconteçam de acordo com um princípio de escolha seletiva... fará e deve fazer uma diferença considerável um país querer ser membro da família da União Europeia ou não", afirmou.

"Quem quer que deseje sair desta família não pode esperar que irá se livrar de todas as suas responsabilidades mantendo seus privilégios", acrescentou Merkel, usando um tom mais duro do que nos últimos dias.

Os países que desejam ter acesso ao mercado comum devem aceitar os princípios e obrigações que isso acarreta, disse a líder alemã.

"Isso se aplica ao Reino Unido, assim como a qualquer outro", disse, acrescentando que a Noruega não é membro da UE mas tem acesso ao mercado comum "porque, em troca, aceita a livre imigração da União Europeia, entre outras coisas".

A livre circulação de pessoas é um dos princípios básicos da UE, mas os defensores da saída britânica atraíram muito apoio por rejeitar as regras de imigração do bloco.

Merkel afirmou que a Alemanha está determinada a manter laços estreitos com o Reino Unido e trabalhar para fortalecer a UE. 

Ela reiterou que cabe ao Reino Unido dar início aos próximos passos para deixar a UE antes que quaisquer negociações informais ou formais sobre suas relações futuras com a união de 28 países possam começar.

"Só posso aconselhar nossos amigos britânicos a não se enganarem... em relação às decisões necessárias que precisam ser tomadas no Reino Unido", disse.

Assim que o Reino Unido tiver acionado o Artigo 50, um período de negociação de dois anos irá começar, e só poderá ser prorrogado por uma decisão unânime, explicou.

"Enquanto as negociações durarem, o Reino Unido continua sendo um membro da UE. Todos os direitos e deveres que vêm com a filiação devem ser plenamente respeitados e mantidos até a saída de fato, e isso se aplica igualmente aos dois lados".

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