Merkel: "(O acordo) não é perfeito. É uma peça de um mosaico, um bloco sobre o qual podemos construir uma estrutura" (REUTERS/Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de abril de 2018 às 15h58.
Última atualização em 27 de abril de 2018 às 21h22.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta sexta-feira que o acordo nuclear com o Irã assinado em 2015 foi um primeiro passo, mas "não é suficiente", e se mostrou disposta a seguir falando com o presidente americano, Donald Trump, sobre como melhorar o pacto e "conter" a influência iraniana na região.
"(O acordo) não é perfeito. É uma peça de um mosaico, um bloco sobre o qual podemos construir uma estrutura", destacou Merkel, em entrevista coletiva junto a Trump na Casa Branca.
Merkel definiu o acordo assinado há três anos com o Irã por Estados Unidos, Alemanha, França, China, Rússia e Reino Unido, conhecido por sua sigla em inglês de JCPOA, como "um primeiro passo que contribuiu para desacelerar as atividades" nucleares iranianas.
"Mas também pensamos, de uma perspectiva alemã, que isto não é suficiente para assegurar-nos que as ambições do Irã sejam freadas e contidas", acrescentou Merkel, que citou concretamente a "influência geopolítica do Irã na Síria" e outros países da região.
A chanceler alemã expressou uma postura similar à manifestada nesta terça-feira pelo presidente francês, Emmanuel Macron, durante sua visita de Estado a Washington, mas Merkel não esclareceu se respalda a proposta do colega europeu de negociar um novo acordo mais amplo com Teerã.
Segundo fontes governamentais alemãs, o objetivo de Merkel é preservar o atual acordo, mas está aberta a que possam ser incluídos elementos adicionais.
Em janeiro, Trump ameaçou retirar-se do acordo com o Irã se os países europeus signatários do pacto de 2015 (França, Reino Unido e Alemanha) não negociassem com ele o mais rápido possível um acordo paralelo que corrigisse os "defeitos" do acerto original.
Trump planeja anunciar se continua no acordo antes de 12 de maio, data na qual tem que informar ao Congresso americano sobre o grau de cumprimento do pacto nuclear.
Na quarta-feira, Macron previu que Trump "acabará com o acordo" nuclear de 2015 "por razões domésticas", apesar dos esforços europeus para persuadi-lo do contrário.
Trump não deu hoje novos indícios sobre qual será sua decisão, e se limitou a indicar que tinha falado com Merkel sobre como "assegurar que o regime assassino (iraniano) não se aproxime de sequer uma arma nuclear e acabe com sua proliferação de perigosos mísseis".
"Não vão ter armas nucleares. Podem apostar nisso", garantiu Trump, que se recusou a esclarecer se usaria força militar para impedir que Teerã obtivesse esse tipo de armamento.