Mundo

Mercosul quer integração com América Latina, Europa e Ásia

Os presidentes do Mercosul participaram de cúpula ressaltando importância da integração com América Latina, Ásia e Europa para enfrentar a crise


	Líderes dos países membros do Mercosul: bloco deve criar uma "cidadania mercosuliana", ao estilo europeu
 (Leo Ramirez/AFP)

Líderes dos países membros do Mercosul: bloco deve criar uma "cidadania mercosuliana", ao estilo europeu (Leo Ramirez/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 18h17.

Paraná - Os presidentes do Mercosul participam nesta quarta-feira da cúpula realizada na cidade argentina de Paraná, ressaltando a importância da integração com América Latina, Ásia e Europa, para enfrentar a crise.

O Mercosul, quarto maior bloco econômico mundial, deve criar uma "cidadania mercosuliana", ao estilo europeu e condenar as agressões dos grupos financeiros especulativos conhecidos nos mercados como "fundos abutres".

A nova presidência rotativa do bloco será exercida por Dilma Rousseff, que chegou em visita relâmpago de três horas à cidade, a 500 km ao norte de Buenos Aires.

"Não podemos errar. Está proibido falhar na integração. Se nós não a fizermos, ninguém fará", disse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao chegar de madrugada.

Bolívia à porta

O bloco quer receber plenamente um sexto membro, a Bolívia, cujo presidente Evo Morales também já chegou à cidade.

"Paciência", disse quando foi lembrado que a entrada da Bolívia no bloco ainda depende da aprovação parlamentar de Paraguai e Brasil.

"Buscamos a integração social e econômica e a livre circulação de cidadãos", disse o chanceler argentino, Héctor Timerman, porta-voz do "plano cidadão do Mercosul".

Não há destino sem bloco

A 47ª Cúpula tem como propósito declarado dos governantes reafirmar a importância do bloco, apesar de sua estagnação.

O comércio global entre os sócios cresceu de 13 para 50 bilhões de dólares entre 2003 e 2013, segundo números oficiais, mas agora a crise o abalou e o volume de exportações intra-bloco caiu de 16% para 13% nos últimos quatro anos.

Uruguai e Paraguai pedem uma permissão do bloco para que possam assinar tratados comerciais fora da união aduaneira.

A situação dos governantes é incômoda: Dilma é pressionada pelo escândalo de corrupção da Petrobras e a argentina Cristina Kirchner, em seu último ano de mandato, não tem chances de ser reeleita.

Evo Morales e o chanceler venezuelano, Rafael Ramírez, dispararam contra os Estados Unidos, ao afirmar que "a queda do petróleo é uma clara agressão econômica contra a Venezuela e a Rússia. Vamos enfrentá-la".

O bloco, contudo, tem avanços com pré-acordos de integração com Rússia, Cazaquistão e Belarus, além de Líbano e Tunísia.

Condenações

A Venezuela propõe condenar as sanções dos Estados Unidos contra seus altos funcionários por supostas violações aos direitos humanos nos protestos de janeiro de 2014, mas ainda não há consenso sobre o como será o pronunciamento.

A Argentina conseguiu incluir na agenda a denúncia de outra agressão, a dos fundos especulativos que ganharam na justiça americana uma decisão favorável pelo recebimento de 100% do valor nominal dos títulos da dívida, em um caso que levou o país à moratória parcial.

A cúpula não deve ter reuniões bilaterais, nem mesmo entre Dilma e Cristina, apesar dos embates comerciais entre Brasil e Argentina.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaÁsiaCrise econômicaEuropaMercosul

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA