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Mercosul discutirá aplicação de cláusula contra Venezuela

Nicolás Maduro foi acusado de ter rompido a ordem constitucional do país

Mercosul: Macri deu sinais de que a Argentina votará a favor do uso da medida contra a Venezuela (Norberto Duarte/AFP)

Mercosul: Macri deu sinais de que a Argentina votará a favor do uso da medida contra a Venezuela (Norberto Duarte/AFP)

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EFE

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 20h19.

Buenos Aires - O Mercosul realizará em breve uma reunião para discutir a aplicação da cláusula democrática do bloco contra a Venezuela, anunciou nesta segunda-feira o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, acompanhado em um ato realizado em Buenos Aires do presidente da Argentina, Mauricio Macri.

"Sobre a cláusula democrática, o Mercosul tem que se reunir para discutir o tema. O Uruguai vai estar presente nesta reunião, na qual iremos discutir com a seriedade e responsabilidade que pretendemos levar adiante no exercício de governo", disse Vázquez, sem informar a data e o local desse encontro.

Macri, por sua vez, ressaltou que ambos estão muito preocupados pela escalada dos problemas na Venezuela e ressaltou que, nesses termos, o país governado por Nicolás Maduro não pode ser membro do Mercosul e deve receber a "condenação de todas as nações americanas e do mundo inteiro" por não respeitar os direitos humanos.

A Assembleia Nacional da Venezuela, controlado pela maioria opositora, se rebelou neste domingo contra Maduro, que foi acusado de ter rompido a ordem constitucional do país. As críticas se tornaram mais firmes depois do Poder Eleitoral ter decidido suspender o processo para convocar um referendo que pode tirar o presidente do poder.

O texto aprovado na sessão extraordinária de ontem tem dez pontos, entre eles um que acusa Maduro de golpe de Estado. "Claramente, a declaração feita pelo Congresso da Venezuela foi muito contundente", avaliou Macri no ato conjunto com Vázquez.

Recentemente, 12 países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) expressaram sua "profunda preocupação" pela suspensão do processo revogatório e pediram a instauração de um "clima de paz" na Venezuela.

"Na declaração da OEA que o Uruguai assinou está explícito qual é nosso posicionamento. Queremos que haja uma solução pacífica para essa controvérsia", disse Vázquez, reiterando a necessidade de diálogo entre governo e oposição na Venezuela.

Em relação a uma possível aplicação da cláusula democrática do Mercosul, o presidente do Uruguai afirmou que pessoalmente sempre defendeu o "direito soberano de manifestação dos povos" e a "liberdade de dizermos o que pensamos".

Já Macri deu sinais de que a Argentina votará a favor do uso da medida contra a Venezuela. "Se você lê a declaração do Congresso, fica claro que existem todas as condições dadas para exercer a cláusula democrática", afirmou.

No início de outubro, Macri e o presidente do Brasil, Michel Temer, reiteraram a necessidade de a Venezuela cumprir os requisitos para integrar-se definitivamente ao Mercosul, uma condição que consideraram como indispensável para o país seguir no bloco.

No dia 13 de setembro, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil determinaram que a Venezuela, aceita como membro-pleno do Mercosul em 2012, não poderia exercer a presidência temporária do bloco por ainda não ter ratificado todos os acordos necessários.

Argentina, Brasil e Paraguai decidiram, com a abstenção do Uruguai, o que permitiu consenso, que a Venezuela terá até o dia 1º de dezembro para cumprir os requisitos. Caso contrário, o país será suspenso por tempo indeterminado do Mercosul. EFE

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